A proposta da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Fortaleza para que o comércio possa funcionar 24 horas por dia não foi bem recebida pelo Sindicato dos Comerciários de Fortaleza. Para o coordenador geral da entidade, Francisco Gonçalves, a medida não vai resolver os problemas da categoria e nem deverá resultar no aumento das contratações. “Quando regulamentaram o funcionamento do comércio aos domingos, disseram que iria gerar mais emprego, o que não aconteceu”, disse.
Na segunda-feira, o presidente da CDL Fortaleza, Severino Ramalho Neto, apresentou a reivindicação diretamente ao prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, durante almoço promovido pela entidade. Na ocasião, Severino Neto alegou que a ampliação do funcionamento das lojas beneficiaria os comerciários, aumentando a oferta de empregos.
“Nós ficamos sabendo disso hoje (ontem), pelos jornais. E nós temos que ter essas propostas esclarecidas, porque, ao longo dos anos, as propostas são feitas e não são cumpridas”, disse Gonçalves.
Posição
De acordo com Francisco Gonçalves, a diretoria do sindicato já está discutindo o assunto e fará uma reunião para definir o que será apresentado ao prefeito. Ele diz que na próxima semana, possivelmente na terça-feita, o sindicato divulgará uma posição oficial sobre a proposta da CDL. “O que nós queremos é o cumprimento da lei”, ele diz.
Segundo Roberto Cláudio, a regulamentação do funcionamento de 24 horas para o comércio da Capital deverá ser analisada por órgãos ligados à administração municipal e sindicatos, antes de tomar uma posição. “Mas, certamente, alternativas serão conversadas”, disse.
Benefícios
A proposta por parte da CDL Fortaleza é antiga. E, para Severino Ramalho Neto, a tendência é que a medida seja aceita. O presidente da CDL Fortaleza discorda que a medida possa causar prejuízo aos trabalhadores. “Isso deveria ser uma reivindicação também dos comerciários, pois se disponibiliza mais horas e, consequentemente, mais vagas para o setor”, ele diz. “A cobrança nossa sempre existiu e vai continuar existindo. E mais cedo ou mais tarde vai acontecer porque é uma medida razoável. Óbvio que é preciso respeitar as leis trabalhistas, pagando todos os seus direitos, mas defendemos que o comércio seja realmente livre para funcionar”.
A reportagem questionou a posição da Associação Brasileira de Shopping sobre a proposta de ampliação do horário de funcionamento do comércio, mas a entidade informou que não poderia responder antes do fechamento desta matéria.