Na semana passada, assim que anunciou a retirada dos Estados Unidos do Acordo de Paris, Trump recebeu uma carta assinada por 25 executivos de grandes empresas que demonstraram preocupação sobre sua atitude. No teor da carta, os executivos pedem que Trump reveja sua decisão e apontam resultados negativos à economia dos Estados Unidos em função da saída do país do acordo.
Dentre os executivos, assinam a carta James Quincey, CEO da The Coca-Cola Company. No Brasil, a empresa anunciou, no início desta semana, em ocasião do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta segunda-feira, 5, que vai investir R$ 3 milhões em uma nova plataforma de projetos sociais.
Pedro Massa, diretor de sustentabilidade e valor compartilhado da Coca-Cola, explica que, com ou sem a participação dos Estados Unidos no Acordo de Paris, a empresa se comprometeu a reduzir suas emissões em carbono em até 25% até 2020. “Empresas que passaram a ter sustentabilidade como valor continuarão com seus compromissos. É o nosso caso, continuamos com esse compromisso em nossa cadeia”, diz Massa.
O executivo ressalta a nova fase vivida pelas grandes empresas em relação a projetos de sustentabilidade, dentre eles, o conceito de não protagonismo. “As empresas evoluíram na compreensão do trabalho em parceria e da causa em primeiro plano. A marca fica em segundo plano, e esse conceito de não protagonismo será cada vez mais aplicado pelas empresas”, diz Massa. Ele ressalta que isso é levado, inclusive, para a comunicação que é feita. “Aquela coisa de falar bem de você mesmo ficou para trás”, diz Massa.
O anúncio da empresa de sua nova plataforma contempla a ampliação em apoios de projetos ligados à promoção do acesso a água, educação nutricional e equidade de gênero e raça. As parcerias envolvem a ONU Mulheres, Center for Nutrition Recovery and Education, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Vox Capital, Fundação Dom Cabral e Instituto de Cidadania Empresarial.
Faça você mesmo
Veja a carta assinada pelos executivos: Oliver Bate, Allianz; Brian Moynihan, Bank of America; Chairman Zhung Yue, Broad Group; Denise Morrison, Campbell Soup Company; David W. MacLennan, Cargill; Michael Corbat, Citigroup; James Quincey, The Coca-Cola Company; Tom Linebarger, Cummins; James K. Kamsickas, Dana; Andrew Liveris, Dow; Edward Breen, DuPont; Jeffrey Immelt, GE; Lloyd C. Blankfein, The Goldman Sachs Group; Alex Gorsky, Johnson & Johnson; Francois-Henri Pinault, Kering; Jamie Dimon, JP Morgan Chase; James Gorman, Morgan Stanley; Michael B. Polk, Newell Brands; David Taylor, Procter & Gamble; Feike Sijbesma, Royal DSM; Jean-Pierre Clamadieu, Solvay; Elon Musk, Tesla; Robert A. Iger, The Walt Disney Group; Paul Polman, Unilever e Richard Branson, Virgin.
Sr. Presidente.
Estamos escrevendo para expressar nosso forte apoio para que os Estados Unidos permaneçam no Acordo de Clima de Paris. Como CEOs de grandes empresas americanas, ou com operações significativas nos EUA, estamos preocupados em manter as portas abertas para o fluxo global de produtos manufaturados americanos neste momento importante em que nosso setor de manufatura está voltando a crescer a partir de nossa energia competitiva. Com base em nossa vasta experiência fazendo negócios em todo o mundo, acreditamos que existe um forte potencial de implicações comerciais negativas se os EUA saírem do Acordo de Paris.
Nossos interesses comerciais são mais bem atendidos por um quadro estável e prático que facilite uma resposta efetiva e equilibrada para reduzir as emissões globais de gás carbônico. O Acordo de Paris nos dá esse quadro flexível para gerir as alterações climáticas, proporcionando simultaneamente uma transição suave para as empresas. Acreditamos que as empresas americanas … e nossos fornecedores, clientes e comunidades … se beneficiarão da participação dos EUA no Acordo de Paris de várias maneiras:
• Fortalece a nossa competitividade nos mercados globais.
• Beneficia a fabricação americana à medida que nos modernizamos para tecnologias novas e mais eficientes.
• Apoia investimento ao estabelecer metas claras que permitem o planejamento no longo prazo.
• Expande os mercados globais e domésticos para tecnologias limpas e eficientes em termos de energia que gerarão empregos e crescimento econômico.
• Incentiva soluções baseadas no mercado e inovação para conseguir reduções de emissões a baixo custo.
Estamos empenhados em trabalhar com o senhor para criar empregos e aumentar a competitividade dos EUA e acreditamos que isso pode ser melhor alcançado ao permanecer no Acordo de Paris. Vamos trabalhar juntos para manter o status dos EUA como o maior campeão mundial de crescimento econômico e inovação.
Agradecemos a oportunidade de compartilhar nossos pontos de vista e agradeceremos a oportunidade de fornecer novos contributos, já que a Administração continua a moldar suas políticas.
Fonte: Meio & Mensagem