No fim de 2017, a Cobasi decidiu seguir uma tendência inexorável e voltou esforços para sua operação no ambiente digital. A maior varejista do mercado pet brasileiro, no entanto, não atacou sozinha nesse universo. A empresa firmou um acordo de sociedade com a Omni55, consultoria formada por executivos que já passaram pelos projetos virtuais de Lojas Americanas e Cnova, antiga Nova Pontocom. As mudanças vieram de forma rápida. Se antes apenas três pessoas eram dedicadas para o braço virtual da rede, hoje cerca de 70 funcionários fazem parte desta operação. A dedicação foi recompensada.
Em 2018, a Cobasi viu a receita de seu e-commerce crescer 120% em relação ao ano anterior. Para este ano, a expectativa é alcançar um faturamento de R$ 90 milhões apenas no canal de vendas virtual, com nova alta de três dígitos. “Implementamos uma visão completamente diferente daquela que tínhamos. Mudamos o visual do nosso site, turbinamos o nosso app e, recentemente, apostamos em desenvolver um marketplace com outros diversos revendedores”, diz Paulo Nassar, sócio diretor da Cobasi.
São muitas as melhorias provenientes da parceria com a Omni55. A Cobasi avançou a sua digitalização, com a entrega de pedidos realizados pela internet nas lojas e com o ship from store, processo de atendimento que transforma as operações físicas em uma espécie de pontos de distribuição. Hoje, 34 lojas — espalhadas por seis estados em que a rede atua entregam produtos comprados pela internet em até quatro horas. O serviço de entrega “Cobasi Já”, lançado em julho, promete reduzir esse tempo para apenas duas horas. “Toda semana nós temos novas aberturas de lojas. Depois disso, nós as preparamos para o ship from store. É importante cumprir os prazos de entrega. Temos de garantir o nosso acordo de nível de serviço (SLA, na sigla em inglês)”, disse Nassar.
A Cobasi está investindo R$ 20 milhões para a modernização dos processos e a ampliação de seu centro de distribuição voltado à operação virtual – localizado no Jaguaré, bairro de São Paulo, o espaço conta com 4 mil m² e terá a capacidade dobrada até o fim de 2020. Os aportes foram iniciados em 2018 e têm previsão para durarem cinco anos. Uma das principais apostas do momento é o marketplace, um sistema de shopping virtual onde outras empresas utilizam o portal como vitrine para as suas ofertas. Implementado recentemente, o sistema já adicionou 12 mil itens ao e-commerce da Cobasi. Hoje, são 10 revendedores e mais de 20 mil produtos sendo ofertados ao todo. “A nossa meta é termos mais 50 novos sellers até o fim deste ano”, projeta Nassar. “No futuro, nós apostaremos em outras categorias.”
Boa parte do time de novos funcionários dedicados ao e-commerce da Cobasi já trabalhou em projetos capitaneados pelos sócios da Omni55. Os executivos Caio Mattar (ex-vice presidente do Grupo Pão de Açúcar), German Quiroga (ex-CEO da Nova Pontocom e fundador da operação virtual das Lojas Americanas), Eduardo Chalita (ex-CEO da Americanas.com) e Renato Drummond (fundador da e-Hub.com e ex-diretor de operações da Nova Pontocom), da consultoria, são os principais nomes do projeto. Eles ajudaram a construir o e-commerce brasileiro e agora têm a missão de alavancar o potencial de negócios da Cobasi no âmbito virtual. “O time indicado por nós ficou responsável por entender os processos e as oportunidades que tínhamos para alavancar a Cobasi no mundo digital”, afirma German Quiroga.
Mercado pulsante Segundo o Instituto Pet Brasil, os produtos de animais de estimação já movimentam R$ 2 bilhões por meio de pet shops virtuais no País. A Petlove é a maior desse mercado, com receita estimada entre R$ 280 milhões e R$ 300 milhões para este ano. Para Maria Alice Narloch, analista de pet care da Euromonitor, a venda na internet só tende a crescer devido à alta taxa de recorrência dos produtos. “As compras de recorrência estão muito previsíveis para pet care, diferentemente do varejo alimentar para humanos, que tem toda uma questão de sortimento. Essa é uma das coisas que sustentam o crescimento de e-commerces como Petlove e Cobasi.” Com a tecnologia empregada, inclusive por startups que revolucionam o mercado, os cães e gatos só tendem a ganhar.
Fonte: IstoÉ Dinheiro