Consumidores querem pagar de forma simples, rápida e segura. Pensando nisso, as instituições financeiras, sobretudo as fintechs, aproveitaram a digitalização para impulsionar novos modelos de negócios e formas de pagamentos. Segundo dados do Banco Central (BC), as transações por internet banking e mobile banking subiram 4% e 17%, respectivamente, em relação a 2019. “As transações estão mais fáceis e tendem a ficar ainda mais com o Pix. A digitalização trouxe uma experiência muito melhor para os clientes em mais de uma frente. Eles podem, por exemplo, escolher como e quando vão receber os produtos e pagar sem nenhum tipo de contato”, comenta Gustavo Ioriatti, diretor comercial da Linx Pay Hub, que indica mais cinco tendências para pagamentos em 2021, quando o varejo físico espera retomar os resultados positivos e o on-line consolidar seu amplo crescimento. Carteiras digitais ganham ainda mais espaço Se antes eram pouco conhecidas, grandes ações de marketing, como a Mercado Pago e grandes redes de Food Service, fizeram o público aderir às carteiras digitais. Se no início era para conseguir algum desconto, depois foi porque o serviço se provou eficiente para os consumidores. O salto em 2020 foi notável: segundo dados da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), as carteiras digitais representam 85% dos pagamentos feitos via app. “Essa modalidade cresce ano a ano, e, com a pandemia, já figura entre os principais meios de pagamento. No ano que vem isso será intensificado”, diz Ioriatti. O QR Code, também disponível nas carteiras digitais e que nada mais é do que um código de barras que pode ser lido para realizar um pagamento, eliminando a necessidade de um cartão físico, também deve ganhar espaço. “Basta apontar a câmera para o código para efetivar a transação. Tudo é feito de maneira rápida e sem nenhum contato, melhorando a experiência do cliente na loja. Só por essa agilidade e segurança, o meio deve se tornar ainda mais forte em 2021”, afirma o diretor. Pagamento por biometria Segundo Ioriatti, o reconhecimento facial e o voice commerce, como é conhecida a biometria de voz, são usados com frequência no mercado de pagamentos, sendo o último mais famoso nos EUA. “Outros métodos de reconhecimento biométrico também seguem em desenvolvimento e devem ganhar mais destaque nos próximos anos. Pagamentos a partir do reconhecimento da íris, por exemplo, funcionarão como os que já existem no mercado e podem crescer no futuro”, explica. Wearables Relógios, pulseiras e acessórios conectados à internet não são mais novidade. Mas, para realizar pagamentos sim. O que possibilita isso é a tecnologia NFC, que troca informações entre dispositivos apenas com a aproximação, sem precisar de cabos ou rede sem fio. Com essa tecnologia, os wearables, como são conhecidos, podem realizar pagamentos de forma prática e segura. Os pagamentos com tecnologia NFC, inclusive, já estão sendo bem aceitos por consumidores. Levantamento da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) indica que os pagamentos por aproximação cresceram 330% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período em 2019, movimentando R$ 8,3 bilhões. Pagamentos mobile Segundo a FGV, o Brasil tem 220 milhões de smartphones ativos, ou seja, mais de um por habitante. Não é de se estranhar que os pagamentos aconteçam a partir desse meio. Com as soluções digitais ganhando mercado, pagamentos mobile se consolidam cada vez mais. “Hoje, se o cliente esquece sua carteira em casa ou perde o seu cartão, ele consegue contornar o problema facilmente: basta ter conexão à internet e um smartphone, podendo aproveitar as carteiras digitais dos próprios celulares, pagamentos por QR Code e, conforme se populariza, o Pix”, diz o especialista. Pix A expectativa é que, em 2021, o Pix se consolide de vez para o varejo, segundo Ioriatti. “Com a Black Friday e as festas de final de ano, os varejistas optaram por não adotar o Pix para as vendas agora, já que demanda tempo de implementação e poderia tirar o foco da operação nas datas mais importantes para vendas. Já no primeiro trimestre de 2021 deve haver uma mudança nesse sentido, com o comércio aproveitando a opção de pagamentos do Banco Central e incentivando os consumidores a comprarem com ela”, afirma. A expectativa é reforçada pela alta adesão ao Pix para transferências bancárias, já representando 30% de todas realizadas, segundo o BC. Já um estudo da Mastercard de junho indica o potencial do Pix no comércio: 75% dos brasileiros afirmam que gostariam de fazer pagamentos em tempo real, não importando qual seja o provedor. Segundo Ioriatti, o novo meio de pagamentos deve ainda impulsionar o uso de pagamentos por QR Code, já que ele conta com essa opção para pagamentos no varejo.
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