Conhecida por roupas de baixíssimo custo e coleções que mudam na velocidade das redes sociais, a Shein está na liderança dos downloads dos apps de vestuário no Brasil
Por Rennan Setti
A Shein, gigante chinesa do chamado “ultra-fast fashion” que vem ganhando tração no Brasil, abrirá sua primeira loja pop-up no Brasil. A decisão indica uma aceleração na estratégia de marketing do e-commerce asiático no país, seu principal mercado na América Latina.
Entre sábado (19) e o domingo da semana que vem (27), a varejista on-line abrirá um showroom de quase 500 metros quadrados no Village Mall, shopping da Zona Oeste do Rio. O espaço terá 3 mil itens, de roupas a acessórios. Os consumidores poderão comprar as peças expostas na loja por meio de QR Codes com 15% de desconto.
De acordo com a Shein, o objetivo é oferecer uma “experiência 360º com coleções de roupas e acessórios da marca, sentindo os tecidos, texturas e experimentando no local os produtos que a Shein vende on-line.”
A ideia é abrir outras lojas “itinerantes” pelo país ao longo do ano.
Ao lado da Shopee, a Shein faz parte de uma onda de e-commerces asiáticos que vêm incomodando os concorrentes brasileiros. Conhecida por roupas de baixíssimo custo e coleções que mudam na velocidade das redes sociais, a Shein está na liderança dos downloads dos apps de vestuário no Brasil.
Segundo relatório recente do banco UBS, a fatia da Shein atingiu quase 50% dos downloads dessa categoria no fim de janeiro, muito à frente de concorrentes como Arezzo, Renner, C&A e Riachuelo.
Faturamento de R$ 2 bilhões no Brasil
A Shein foi fundada em 2008 por Chris Xu, chinês nascido nos EUA. Inicialmente, o e-commerce se chamava Sheinside e vendia vestidos de noiva fabricados na China a consumidoras ocidentais. Em 2015, o site foi remodelado, passando a vender todos os tipos de roupas e acessórios e assumindo a marca Shein.
Por dia, 22 milhões de consumidores de todo o mundo compram na Shein. Estima-se que a companhia tenha vendido US$ 10 bilhões em produtos em 2020, quase metade do faturamento da Inditex, dona da Zara.
A companhia é conhecida por coleções “relâmpago”, desenhadas com a ajuda de algoritmos que varrem as redes sociais e outros sites em busca de tendências. A Shein lança cerca de 10 mil novos produtos por ano, seis vezes mais que a Zara.
No Brasil, o BTG Pactual estima que a Shein tenha faturado R$ 2 bilhões no ano passado e já tenha 1,8 milhão de usuários que acessam seu aplicativo pelo menos uma vez por mês. De acordo com o relatório do banco, o número de usuários mensais é maior que o dos apps de C&A (1,1 milhão) e Submarino (1,4 milhão) e se aproxima do da Renner (2,2 milhões).
O avanço de e-commerces asiáticos no Brasil tem incomodado os concorrentes locais. Em fevereiro, o jornal Valor Econômico mostrou que varejistas brasileiras organizam um movimento para combater marketplaces estrangeiros que, na visão delas, vendem produtos falsificados ou sem a devida cobrança de impostos. Entre os alvos estariam Shopee e Shein. A organização se dá, de acordo com a reportagem, por meio do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), que reúne 75 varejistas.
Fonte: O Globo