Levantamento do jornal Folha de S. Paulo, publicado nesta segunda-feira (19), mostra que, dos 27,6 mil endereços da cidade do Rio de Janeiro, 43,6% deles – ou seja, 12 mil – têm restrições de entrega por estarem em área considerada de risco.
De acordo com a tabulação feita pela publicação, que usou a base de dados dos Correios, em 6,4 mil CEPs a entrega só ocorre com auxílio de segurança, como escolta armada, aumentando o prazo de entrega. No restante dos casos, o próprio destinatário precisa buscar o produto em uma agência.
Os números refletem a situação caótica da capital fluminense nos últimos anos, que tem batido recordes nas estatísticas de violência e roubos de carga. Na madrugada desta sexta-feira (16), o presidente Michel Temer decretou intervenção federal no estado.
Abismo
A pesquisa mostra que 13 bairros da cidade têm todas as suas ruas classificadas como área de risco – caso, por exemplo, do Acari e da Vila Kosmos – o primeiro é uma das regiões com menos entrega, e o segundo, a que teve maior índice de entregas feitas com escolta armada.
Os bairros que estão 100% sob classificação de restrição de entrega são: Acari, Anchieta, Cavalcanti, Colégio, Costa Barros, Engenheiro Leal, Honório Gurgel, Jacarezinho, Nossa Senhora das Graças, Parque Anchieta, Parque Colúmbia, Ricardo de Albuquerque e Vila Kosmos.
Por outro lado, os bairros com menos problema de entrega são os da zonas Oeste e Sul, como Ipanema e Copacabana, considerados áreas nobres do Rio de Janeiro. Os morros e comunidades nessa região, porém, possuem diversos CEPs sob restrição de entrega.
Outro lado
Em nota ao jornal, os Correios afirmam que trabalham para diminuir os ataques a encomendas e aos funcionários, mas diz que a violência na capital configura “situação endêmica”.
Segundo a estatal, a empresa tem realizado investimentos significativos em segurança no Rio de Janeiro. Contudo, a competência para o enfrentamento dessa problemática é compartilhada com o Estado. Segundo a estatal, cerca de R$ 20 milhões foram investidos em escolta armada, rastreadores e gerenciamento de risco, e reuniões foram realizadas com representantes das diferentes polícias.
Ainda de acordo com a nota, a condição temporária de entrega de encomendas tem o objetivo de garantir a segurança dos trabalhadores e dos clientes, e a integridade das encomendas postais. A Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro não havia respondido até a publicação da matéria.
Fonte: E-Commerce Brasil