Por Daniela Braun | O Grupo SBF, dono da rede de lojas de artigos esportivos Centauro e da distribuidora Nike Fisia, trabalha na redução de despesas com foco em vendas on-line diretas ao consumidor, redução de estoques e em finalizar a migração para um único centro de distribuição.
“Tomamos ações para reduzir compras no terceiro e quarto trimestres”, disse hoje Jose Luis Salazar, diretor financeiro do Grupo SBF, em teleconferência sobre o balanço da empresa no segundo trimestre. Segundo ele, a projeção é alcançar um “estoque saudável até o fim do ano”.
A normalização do abastecimento da Nike pegou de surpresa o grupo este ano, após um fornecimento maior do que o previsto nos últimos dois anos, quando havia o efeito do auge da pandemia da covid-19.
“O que aconteceu é que houve uma normalização da cadeia de abastecimento, e a Nike voltou a prover o mercado com uma maior quantidade de produtos chegando no primeiro mês da coleção e não para o segundo e terceiro meses — tendências históricas de 2022 e 2021”, detalhou Salazar. “Temos excesso de estoque a resolver dentro do ano”, completou.
O diretor-financeiro do Grupo SBF destacou que a empresa tem feito um trabalho forte para reduzir despesas em todas as linhas da companhia, incluindo digitalização, vendas diretas ao consumidor, revisão de processos e a migração para um novo centro de distribuição (CD) até o fim do ano.
Atualmente a empresa opera com dois CDs simultâneos até que os testes de logística sejam finalizados.
“A ideia é gerar mais margem sobre venda [‘markdown’] até o fim do ano”, comentou o executivo.
No consolidado de 2023, o Grupo SBF projeta a inauguração de 12 lojas, sendo duas lojas Centauro e dez Nike. Atualmente, o grupo conta com 225 lojas em 26 Estados.
“Já temos 40 anos de história e passamos por cenários complexos”, comentou Pedro Zemel, diretor-presidente da Centauro e vice-presidente do Grupo SBF. Ele frisou que a empresa está comprometida com o plano de redução de despesas em 2023.
O grupo teve prejuízo atribuído aos controladores de R$ 33,7 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo o lucro de R$ 32,1 milhões registrado no mesmo trimestre do ano passado.
Para 2024, segundo Salazar, a necessidade de rolagem de dívida é de R$ 400 milhões. A empresa encerrou o segundo trimestre de 2023 com uma dívida líquida ajustada de R$ 1,6 bilhão, ante dívida de R$ 856,5 milhões um ano antes.
Fonte: Valor Econômico