O Brasil tem sido um mercado desafiador para a Cencosud. Na verdade, a rede varejista só obteve resultados positivos nesse mercado no ano passado, depois de três anos de perdas. A assembleia de acionistas da companhia foi a ocasião para o presidente da holding, Horst Paulmann, falar sobre o assunto e reconhecer um erro na estratégia de chegada ao gigante sul-americano.
“Meu erro foi ir para Minas Gerais e Bretas (rede varejista mineira adquirida em 2010). Não foi o Brasil, fomos nós. Era um filho que ninguém queria, essa conta custa caro”, disse Paulmann.
O empresário também comentou que um amigo próximo lhe disse, quando entrou no Brasil, que tinha que dedicar 80% do seu tempo para o negócio crescer. “Nos primeiros anos foi assim, mas depois não, e isso aconteceu comigo.”
Cenconsud é uma das empresas mais expostas à Argentina, economia que está passando por uma situação delicada. Mas a rede reafirmou o compromisso com o país, confirmando sua presença no território argentino. “Há rumores de que o Carrefour, ou o Walmart, ou nós estaríamos saindo. Por isso, é importante estar lá na Argentina, perto deles”, disse. “Estamos confiantes de que 2020 será um ano de recuperação para a Argentina”, afirmou o empresário chileno-alemão. “Com sorte, em 30 anos a Argentina vai estar onde o Chile está hoje. É um longo caminho mas estou convencido de que em outubro os argentinos saberão o que fazer.”
Paulmann também comentou a abertura de capital dos centros comerciais, prevista para anos atrás e que deve se concretizar neste semestre. “Hoje há muito interesse, porque é uma oportunidade única de participar do mercado de três países.”
O empresário explicou ainda que os hectares de terra do Cencosud são avaliados em US$ 850 milhões e esses ativos “vão entrar na nova empresa Cencosud Shopping Center, que inclui ativos de alto valor como o Costanera Center (shopping center que é cartão postal de Santiago)”.
Fonte: Valor Econômico