Com o desenvolvimento de mais funcionalidades com o passar do tempo, o alvo é que a assistente seja completamente personalizada
Uma assistente que ajuda a escolher o melhor tamanho de roupa, sugere combinações e oferece diferentes cores da mesma peça. Completamente virtual. A nova inteligência artificial lançada pela C&A ajuda consumidores a encontrarem as peças mais adequadas ao seu estilo – e deve ajudar a empresa a criar coleções mais aderentes aos desejos de consumo.
A nova assistente virtual da varejista de moda ainda não tem nome ou avatar, mas já está em testes há três semanas. Por enquanto, as sugestões incluem apenas looks do projeto Mindse7, uma submarca da empresa voltada para inovação.
Sua missão é, com inteligência artificial, entender o perfil da cliente e sugerir roupas, acessórios e calçados a partir de uma conversa pelo chat. “A consumidora pode não saber que a C&A tem uma calça que ela está buscando, ou gostou de uma blusa mas não sabe quais as melhores combinações”, diz Isabela Gonçalves, gerente de produto da C&A Brasil. Além de ser um serviço útil, também ajuda a C&A a vender mais.
O projeto foi desenvolvido em parceria com a startup Catwalk, uma das integrantes do programa de aceleração Conecta C&A, criado no início do ano junto com a Endeavor. A assistente virtual é a primeira novidade desenvolvida em conjunto com as startups aceleradas pelo programa. “Queremos ser a primeira fashion tech. Temos muitas novidades em andamento e parcerias sendo feitas por meio do Conecta”, diz Gonçalves.
Ensinando o robô
Para tornar a robô mais inteligente, a equipe de produto da C&A precisou ensinar o bê-a-bá da moda, como quais combinações fazem mais sentido. Também precisou passar referências das últimas tendências, como as roupas “comfy” ou confortáveis, bastante buscadas no período de quarentena, e as estampas tie-dye, uma técnica de tingimento de tecidos.
O próximo passo é tornar o serviço de assistência geolocalizado, ou seja, adequado para a região específica da cliente. Afinal, não adianta sugerir a compra de moletons para clientes no meio do verão no Nordeste, ainda que as temperaturas no Sudeste peçam por um casaquinho.
Com o desenvolvimento de mais funcionalidades com o passar do tempo, o alvo é que a assistente seja completamente personalizada. Em seu banco de dados, a C&A tem mais de 12 milhões de cadastros de consumidores no programa C&A e VC, programa de fidelidade, com dados sobre a frequência de compra, se uma cliente compra para si e para os filhos e em qual numeração. “No futuro, a assistente irá sugerir looks cada vez mais individualizados”, diz a gerente.
Um passo essencial para que a inteligência artificial seja mais assertiva é a coleta de dados sobre o que as consumidoras buscam. No comércio eletrônico, é razoavelmente simples acompanhar a navegação do cliente, saber que peças ou banners são mais clicados e que itens são abandonados no carrinho virtual.
Nas lojas, esse processo é mais complexo. A C&A está testando, em 10 de suas lojas, um sistema de etiquetas inteligentes chamado RFID. Por radiofrequência, é possível saber que peças a consumidora analisa, leva para o provador e acaba decidindo não comprar, por exemplo, ou quais são as áreas mais vistas na loja.
Além de alimentar a assistente virtual para dar sugestões mais acertadas, esses dados também serão usados para montar manequins e vitrines mais atraentes e até na criação de novas coleções e na reposição de estoques.
Outras iniciativas
Para oferecer ainda mais opções, a C&A recentemente ampliou seu marketplace e passou a oferecer uma gama maior de categorias no site. Dentre os produtos que agora podem ser encontrados pelos consumidores na plataforma da marca estão joias, decoração, itens de beleza, itens para pets, games e eletrônicos. O marketplace também traz produtos de outras marcas de roupas.
Outro teste para a venda de roupas são máquinas, similar às que vendem refrigerantes e petiscos, para suas camisetas básicas. As máquinas estão instaladas em locais de grande movimentação de pessoas, de um público que já é consumidor da marca, como supermercados e estações de metrô.
Fonte: Exame