Com a maioria de consumidores pertencentes à classe A, o centro comercial Catarina Outlet Fashion ampliará seu portfólio por meio da abertura de 29 novas lojas. Na escolha do mix de negócios, o empreendimento abrigará marcas de luxo, que buscam “oxigenar” suas vendas e escoar estoques remanescentes.
“Abrimos o Catarina, em 2014, tendo em vista a concentração de renda da região e também pelo fluxo de veículos da Rodovia Presidente Castelo Branco. Do total de clientes que frequentam o Catarina Outlet Fashion, em torno de 55% são da classe A”, afirmou o superintendente do Catarina Outlet Fashion, Jorge Pauli Niubó.
De acordo com ele, o movimento de expansão do empreendimento – controlado pela JHSF – já vem ocorrendo há três anos, quando o complexo de lojas recebeu 16 novas unidades, resultando num crescimento de 30% entre 2015 e 2016. Com essa última iniciativa, o complexo comercial chegou a 140 negócios no total. Especificamente no leque de marcas internacionais, o maior incremento no volume de vendas se deu justamente neste segmento, que atingiu alta de 10% entre 2016 e 2017.
“Em termos de fluxo de clientes, crescemos de 10% a 15% anualmente”, diz Niubó. Para ele, um dos reflexos da inserção de marcas de luxo no empreendimento foi o aumento do tíquete médio dos últimos dois anos, passando de R$ 580 para R$ 700.
Questionado sobre os impactos da recessão econômica nas operações, o diretor-presidente da unidade de Shopping da JHSF, Robert Bruce Harley, afirmou que, no outlet, não sentiram os efeitos negativos ou ocorrência de vacância. “Tanto as marcas de alto luxo como varejistas nacionais começaram desovar seus produtos nos empreendimentos de outlet – os quais estão atingindo um certo nível de maturidade no mercado brasileiro.”
Além disso, em relação à possibilidade de novos movimentos de expansão, o executivo lembrou que uma das estratégias da incorporadora JHSF é comprar diversos terrenos ao entorno do empreendimento para, possivelmente, expandir as operações físicas.
“Se o mercado solicitar e depois de avaliarmos a viabilidade, o Catarina pode crescer mais. Vamos acompanhar a necessidade da ampliação dessa estrutura,” afirmou Harley. Atualmente, a Área Bruta Locável (ABL) do complexo comercial está em 30 mil m².
No que diz respeito a diversificação de lojas no empreendimento, Harley lembra que há intenção de aumentar o número de serviços relacionados a entretenimento e lazer. “Temos 600 mil m² disponíveis para novos investimentos. Na medida que sentirmos a demanda por esses negócios, faremos”, argumentou.
Ainda de acordo com ele, outro fator que contribuiu para a inserção de marcas de luxo no complexo – como por exemplo Gucci e Salvatorre Ferragamo – foi a “boa relação cultivada” ao longo dos anos com essas empresas no Shopping Cidade Jardim, também controlado pela JHSF. “As próprias marcas entenderam o nível de maturidade do outlet no Brasil”, complementou.
Outlet como plano B
Para o especialista em varejo da consultoria ba}Stockler, Luis Henrique Stockler, as outlets podem ser uma alternativa para as marcas escoarem seus produtos “encalhados” por meio de grandes promoções e, dessa forma, preservar a “identidade” do negócio.
“Ainda é muito cedo para afirmar a volta ‘forte’ dessas marcas de luxo ao País, depois da crise econômica”, disse.
Com isso, Stockler também lembra que “a comunicação e exposição dos itens em promoção daqueles que pertencem às coleções novas dentro da loja deve ser feita em ambientes totalmente diferentes.” “Essas marcas de luxo tem como estratégia associar o preço ao nível de qualidade do produto”. Ele diz que, geralmente, a cada dez operações convencionais, as companhias abrem uma unidade em outlet.
Fonte: DCI