Por Natalia Viri | A Casas Bahia acaba de anunciar o alongamento de R$ 1,5 bilhão em dívidas que venciam entre este ano e o próximo para daqui a três anos, ganhando um respiro importante de liquidez e afastando, ao menos no médio prazo, especulações de que a companhia poderia ter que recorrer a uma recuperação judicial.
Parte desse valor veio de um reforço de R$ 500 milhões que entraram em novembro com a constituição de um Fundo de Direitos Creditórios (FIDC), conforme sinalizou o CEO Renato Franklin em entrevista concedida ao INSIGHT em janeiro.
Mas há indícios de que o fluxo de caixa no período foi bem mais saudável do que nos anteriores, quando houve queima significativa. Do segundo para o terceiro trimestre, por exemplo, o caixa da Casas Bahia tinha aumentado apenas R$ 100 milhões, apesar da entrada de quase R$ 600 milhões vindos de um follow-on.
A dívida reperfilada estava nas mãos de Bradesco e BB, passando um sinal de confiança dos bancos, que têm longo relacionamento com a Casas Bahia, no plano de reestruturação da companhia. O custo das operações será de CDI + 4% ao ano, a mesma taxa – elevada e que já aguentava desaforo – prevista nos empréstimos originais.
O novo vencimento vai acontecer em 36 meses, com uma carência de 18 meses para o pagamento do principal. A partir de então, os pagamentos vão acontecer de forma escalonada: 5% a cada trimestre e 70% no último mês do contrato.
Agora, R$ 1,8 bilhão em dívidas vencem em 24 meses, contra R$ 3,1 bilhões pré-renegociação. A dívida bruta da companhia é de R$ 3,9 bilhões.
Com um plano de reestruturação que envolveu fechamento de lojas, ajustes no marketplace, melhora na gestão de estoque e contenção de despesas, o CEO Renato Franklin, que assumiu a companhia em maio do ano passado, tem como meta gerar caixa até o fim de 2024 para entrar um novo ciclo de crescimento a partir do próximo ano.
A Casas Bahia divulga o balanço do quarto trimestre em 13 de março.
Fonte: Exame