A quase centenária Casa Santa Luzia, sinônimo de supermercado de luxo dos paulistanos, decidiu ir ao shopping. Desde o início do mês, abriu dois quiosques no Iguatemi São Paulo e JK Iguatemi para vender kits de presentes de Natal, que incluem bebidas e itens de gastronomia. Os quiosques encerram as atividades no dia 25 de dezembro. Mas, dependendo do desempenho do projeto-piloto, poderão virar lojas sazonais e ser reabertos em outras datas, como, Páscoa, Dia das Mães ou dos Namorados.
Aos 26 anos, Guilherme Lopes Sobral, da quarta geração da família fundadora, comanda o projeto que quer dar mais visibilidade à marca, antes restrita à única loja da empresa na Alameda Lorena, no bairro paulistano dos Jardins. A empresa continua fiel ao princípio do fundador, o imigrante português Daniel Lopes, de nunca transformar a marca numa rede de lojas sob o risco de perder o controle da qualidade dos produtos.
Mas agora a intenção é estar mais perto do consumidor tanto por meio de lojas sazonais como pelo site da companhia, de 92 anos. Ele está sendo reformulado e deve ter uma nova versão, prevista para o final do ano que vem, mais próxima da experiência de consumo da lojas. “Percebemos que tinha um nicho que não estava preenchido”, diz Sobral, responsável pela área de novos negócios da empresa.
Projeto
Sobral conta que o quiosque é uma evolução da ideia original do avô, Jorge Lopes, sobrinho do fundador, que queria ter uma loja de presentes. Após três meses de estudo, ele chegou a um projeto piloto para vender uma amostra dos 32 mil itens comercializados na loja.
Nos quiosques são ofertados mais de 50 itens, com preços que vão de R$ 31,50 – o panetone de meio quilo de fabricação própria – a um champanhe francês rosé de mais de R$ 2 mil. O projeto tem a parceria do Grupo Iguatemi e da Diageo, dona da marca Johnnie Walker.
Os dois shoppings da rede Iguatemi foram escolhidos porque o frequentadores têm perfil semelhante aos clientes da Casa Santa Luzia. Segundo executivo, pelo Iguatemi São Paulo circulam 1 milhão de pessoas por mês, muitas são de fora da cidade, o que dá à marca visibilidade para outras regiões. Já o JK Iguatemi, por conta vizinhança, recebe um público ligado a empresas, o que, na avaliação de Lopes, agrega novos clientes potenciais.
A empresa não revela quanto investiu nos quiosques, nem as metas de vendas. A expectativa é que o Natal, que tradicionalmente responde por 30% do faturamento do último trimestre, possa ser ampliado para 35% e 40%.
Fonte: Estado de Minas