Rede de cafeterias acaba de chegar a 100 PDVs, disponibiliza cart, tuk tuk e loja express e quer abrir 25 novas franquias em um ano
Por Paulo Gratão
A inauguração da centésima loja da franquia Casa Bauducco ocorreu há algumas semanas e foi simbólica para a marca por dois motivos: o primeiro, claro, é conseguir manter a expansão mesmo durante a pandemia. O segundo é o formato do negócio, que consolida um novo horizonte para a rede: uma store in store, dentro do prédio corporativo do Banco do Brasil, na região da avenida Paulista, em São Paulo.
Ao longo de 2020, outras inaugurações em locais alternativos precederam a centésima unidade, seja em prédios corporativos de outros bancos, como Bradesco, Itaú e Safra, seja em hospitais. Já são três lojas dentro de complexos Albert Einstein, e uma quarta deve abrir as portas até o final do ano. Também há parcerias com a rede D’Or e a Amil. “Assumimos todo o serviço de desjejum de quem faz exame nos hospitais. Precisamos adaptar as necessidades dos locadores e do parceiro para aquela unidade específica”, afirma a diretora de expansão da marca, Renata Rouchou.
No mês de julho, encerrado neste final de semana, a Casa Bauducco registrou um faturamento quase 20% maior do que no mesmo período em 2019. Rouchou admite que boa parte desse resultado se deve à inauguração de novos pontos. No ano fiscal de 2019, encerrado em junho de 2020, a empresa inaugurou 26 lojas. No ciclo seguinte, foram 16, e agora, a previsão até julho de 2022 é de mais 25 unidades. “Até julho, as vendas nas mesmas lojas se mantiveram quase as mesmas de 2019, mas temos casos bem diversos: quem depende mais do público corporativo ainda está um pouco abaixo”, afirma.
Novos formatos de negócio turbinam lojas
O plano para inaugurar novas cafeterias fora de shopping centers já era uma realidade na marca em janeiro do ano passado, mas mirava prédios corporativos e aeroportos – dois dos pontos mais afetados com a chegada da pandemia.
Ao longo dos últimos 16 meses, a Casa Bauducco acelerou o aplicativo próprio, entrou em todas as principais plataformas de delivery e ajudou franqueados na renegociação de pontos. Além disso, a marca desafogou o caixa das lojas com descontos em royalties e se reestruturou para deixar o projeto arquitetônico mais barato – o que agiliza as inaugurações.
Duas lojas que já não iam bem acabaram fechando, mas Rouchou diz que a rede conseguiu comprar itens de mobiliário ou visual merchandising das unidades dos ex-franqueados para inaugurar novos pontos.
Paralelamente a isso, a rede criou negócios alternativos para que o franqueado consiga aumentar o faturamento: tuk tuk, cart e o mais recente modelo de loja express. Todos esses formatos são para franqueados que já têm a loja completa ou quiosque da Casa Bauducco.
O objetivo é incentivar os próprios empreendedores da rede a crescer internamente. Há casos de empreendedores que já admnistram12 lojas – mais de 10% de toda a rede. “Nossa intenção é chegar a 500 ou 600 lojas com 100 franqueados, não queremos ter franquias menores, nem duas mil lojas.” Hoje, a rede tem cerca de 40 franqueados – ou seja, há vagas.
O conceito da marca, que foi ainda mais explorado durante esse período de estiagem na economia, segundo a executiva, é o de “cafeteria 4×1”, pois atende quatro demandas diferentes do público: cafeteria, empório, vendas sazonais e presentes. “Ele consegue levar os quatro negócios para os canais físico, digital e corporativo”, afirma. Em algumas situações, uma das frentes acaba compensando a outra.
O cart complementa esse portfólio: o equipamento é entregue gratuitamente, em regime de comodato, ao franqueado, para que ele “leve a loja” para as proximidades do ponto, como feirinhas e eventos. Ele também pode usar para circular nas dependências do hospital ou prédio corporativo em que a loja está instalada. De acordo com a executiva, esses equipamentos, que geram receita marginal à loja, estão inclusos no investimento inicial do negócio, de cerca de R$ 500 mil. O tuk tuk também pode ajudar a aumentar o raio de atuação da loja, mas demanda um investimento médio de R$ 200 mil por parte do franqueado.
A loja express foi apresentada à rede há cerca de dois meses e consiste em um modelo enxuto de negócio, com conceito “grab and go”, que oferecerá cerca de 60% do mix da operação convencional. Duas já estão em processo de implantação. “Terá uma variedade de cafés quentes, gelados e tem um diferencial que é nosso, que é a fatia de panetone.” O franqueado que quiser ter esse ponto adicional precisará investir cerca de R$ 150 mil. Não é necessário que a loja menor funcione na mesma região da loja principal.
Das 100 unidades atuais, 78 são lojas convencionais e as demais são quiosques. A rede tem cerca de 40 carts rodando e quatro tuk tuks instalados. Rouchou diz que não tem como precisar o quanto cada um desses modelos alternativos acrescenta ao faturamento das lojas, pois cada franqueado pode ter uma estratégia diferente. “Pode ter franqueados que consigam fazer o valor de uma loja com o cart, mas isso depende de inúmeras variáveis.”
O delivery também vem passando por transformações dentro da rede. Hoje, na média, ainda não é tão representativo, mas a meta é que chegue a corresponder a 20% das vendas das lojas. Rouchou adianta que ainda no segundo semestre as vendas das franquias devem ser integradas ao e-commerce da própria Bauducco – o que ajudaria a rede a turbinar as vendas na principal data sazonal do ano, o Natal.
Fonte: PEGN