Por Adriana Mattos | O grupo Carrefour Brasil está testando modelo de preços de atacarejo em lojas do Carrefour, apurou o Valor.
Há algumas lojas já com esse modelo sendo testado, na zona norte de São Paulo e na região metropolitana, dizem fontes. Há mais de 20 lojas com esse sistema já implementado.
A ideia é oferecer condições de preços mais agressivas ao consumidor do hipermercado, um modelo que vem tendo dificuldades de crescimento no setor nos últimos anos. Há material publicitário nas lojas chamando consumidores para a compra com preços mais agressivos de atacado.
Segundo uma pessoa a par do tema, a margem comercial do atacarejo é de 15,5%, sendo que a margem comercial do negócio de varejo é de 25%. “A questão é como sustentar uma estrutura de hipermercado com preço de atacarejo, que tem margem menor”, resume a fonte. “Se der descontos fortes vai afetar a margem comercial do hipermercado”.
O Valor apurou que Frédéric Gauthier, diretor executivo de operações do Carrefour Hiper, pediu demissão, e deve deixar a empresa nesta semana, em parte, por discordar da estratégia. Os primeiros resultados nas lojas implementadas estariam abaixo do previsto.
A decisão foi tomada após análise das unidades do Carrefour que não vão ser convertidas em Atacadão, um plano já em andamento.
Só há 40 lojas de hipermercado, de um parque de 120, que devem ser convertidas em Atacadão porque as outras não tem estrutura para isso, ou porque as que restaram são lojas que operam muito perto de um Atacadão. Nesse cenário, a solução foi testar vender no hipermercado certos itens com cesta de preço de atacarejo.
O Extra já testou esse projeto em unidades da rede de hipermercados no país em 2021, na tentativa de aumentar fluxo e reter clientes, mas o modelo não deu certo. Meses depois, o Extra identificou que a venda em volume não veio no ritmo esperado, e não conseguia gerar a venda necessária para sustentar a estratégia.
Fonte: Valor Econômico