O Carrefour está de olho em como a blockchain pode auxiliar na rastreabilidade de seus produtos e garantir ao consumidor mais transparência na escolha daquilo que ele deseja retirar da gôndola e levar para sua casa. Seguindo este conceito de “garantia de origem”, a rede mundial de hipermercados utiliza hoje uma ferramenta baseada em blockchain, em parceria com a IBM, para monitorar os produtos do programa “Garantia de Origem”, da marca Carrefour, que inclui leite, carnes, frutas, legumes e verduras. Atualmente, fazem parte desse programa 160 itens, produzidos por 40 fornecedores da rede varejista.
“Em certa medida, esse sistema com informações criptografadas já faz uso do blockchain, ao garantir a integridade dessas informações de monitoramento dos produtos”, diz Paulo Pianez, diretor de responsabilidade social e sustentabilidade do Carrefour do Brasil.
“Além de dar maior garantia às informações, o consumidor final consegue acompanhar todo o caminho percorrido, da fazenda à gôndola do supermercado”, afirma Pianez.
Já na cadeia de carnes, como revela o jornal Valor Econômico, está em curso um projeto piloto junto com a gigante mundial e líder na ramo de carnes BRF para aplicação da blockchain na cadeia de suprimentos de carne branca, como frango.
“O uso dessa nova tecnologia deverá crescer muito e vai ajudar muito na gestão da sustentabilidade da cadeia de valor. Isso é inexorável”, afirma.
Também por meio de uma parceria com a IBM, utilizando a plataforma Hyperledger Fabric, já está disponível nas prateleiras do Carrefour o lombo congelado da Sadia que usa blockchain para obter informações sobre o alimento. Na embalagem, um QR code permite que o consumidor cheque a fábrica de origem daquele produto, data de produção, embalamento e transporte, além da sua validade. Qualquer irregularidade na fabricação ou na distribuição poderá ser detectada pelo cliente.
“A BRF e o Carrefour estão otimistas com o potencial da tecnologia blockchain para trazer mais visibilidade ao atendimento à conformidade e qualidade dos processos”, explica Regina Nori, líder de soluções técnicas da IBM Brasil.
De acordo com reportarem da Isto É Dinheiro, na primeira etapa desse projeto fará parte do controle o processo de fabricação, desde a chegada da matéria-prima às fábricas da BRF, até o momento em que o produto é colocado na prateleira do Carrefour. Um dos problemas que pode acontecer nesse processo, por exemplo, é o caminhão do transporte ter um problema de refrigeração e perder a temperatura de armazenagem. Por meio do uso da lógica de Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), os sensores automaticamente alertam os responsáveis pelo controle, que são orientados a reter a carga. Caso os sensores sejam desligados, eles também são avisados. A blockchain impede que os gestores ignorem o problema.
“As tecnologias empregadas hoje não permitem que haja esse nível de transparência em todos os elos da cadeia. É uma transformação gradual que está acontecendo com nossos parceiros”, afirma Ney Santos, vice-presidente de tecnologia da BRF.
Fonte: Criptomoedas