Por Larissa Féria | Após pouco mais de 4 anos no cargo de diretor de Marketplace Latam do Uber, Samuel James chegou ao Carrefour, em abril de 2022, para reforçar o pilar estratégico de digitalização do grupo como Chief Digital Officer (CDO).
James quer aproveitar a penetração ainda baixa do varejo alimentar online no Brasil para crescer e liderar o segmento. Para isso, acredita que é preciso democratizar o acesso, como aconteceu com a própria Uber quando chegou ao Brasil e teve como ponto de virada a permissão de pagamento em dinheiro.
“A nossa meta é ser líder no segmento. Eu quero que o Carrefour seja a Uber de varejo alimentar online. Foi isso o que me atraiu. No Brasil, a penetração online de mercado é muito baixa. Não tem nenhum player que ganhou um share relevante e dominou”, afirma.
E a estratégia para democratizar o varejo alimentar online passa pela redução da dependência de parceiros, tanto na logística, como na área tecnológica. Em pouco mais de um ano, a dependência de terceiros em sua área caiu de 80% para pouco mais de 50%.
São cerca de 350 funcionários em tecnologia e um pouco mais do que o dobro disso contando a mão de obra terceirizada. A diferença, explica James, é que hoje mais projetos são desenvolvidos internamente. “Antes, nossa equipe basicamente gerenciava os parceiros. E agora temos pessoas dentro de casa liderando o desenvolvimento, em vez de fazer o pedido para o parceiro”, diz.
Outro ponto citado por James é o uso de dados, por meio de tecnologias como Inteligência Artificial e machine learning, para tomadas de decisão.
Vantagem sobre os concorrentes
James destaca que sem uma boa logística, não dá para ser competitivo. E o Carrefour tem uma vantagem sobre as concorrentes, pois está a um raio de 5 km de 50% da população. “O Carrefour tem uma coisa que praticamente mais ninguém do mercado tem, que é a proximidade com o cliente. Em São Paulo, todo mundo consegue entregar no mesmo dia, mas saindo daqui, só nós temos lojas próximas ao cliente”, diz.
Para democratizar a entrega, o Carrefour estuda investir em dark entregas, que são pontos estratégicos na cidade para as pessoas buscarem suas compras com o custo menor de frete. Como exemplo, cita a Favela de Paraisópolis, na zona sul de São Paulo, que já tem pontos de dark entrega de outras varejistas.
“No Brasil, para democratizar, tem que trabalhar custo. Eu acredito muito nas dark entregas, porque a gente consegue minimizar, ao máximo, o custo de logística. Temos uma pessoa do nosso time fazendo umas conexões com umas ONGs em Paraisópolis, que é um lugar onde as pessoas já têm o hábito de comprar online”, afirma.
Fonte: Sincovaga