Carrefour e Fnac-Darty podem firmar “colaborações” na França para se fortalecer. É o que afirmou Philippe Houzé, membro da família Moulin, maior acionista do grupo Carrefour, em entrevista recente à TV francesa BFM Business. A declaração fomentou ainda mais uma questão já mencionada entre a maioria de analistas estrangeiros nas últimas semanas: fusão entre as duas empresas, criando uma nova força global no varejo no mundo.
Isso porque circulam informações no mercado de que o grupo Carrefour estaria considerando a hipótese de fusão a um grupo de varejo com força maior em operação on-line. A questão envolvendo Fnac e Carrefour tem sido ponto central de relatórios de analistas estrangeiros e ganhou força depois que Alexandre Bompard, ex-presidente da Fnac, assumiu o cargo de CEO global do Carrefour. Ele está no comando há 45 dias.
“Casamento, não sei, mas colaboração, por que não? Obviamente, podemos questionar quem está melhor colocado para vender televisores. Devemos adquirir uma empresa para trabalhar com isso? Eu não acredito. Mas colaborando, é claro. Temos de colaborar com distribuidores, fabricantes nacionais e internacionais, que é o poder de uma grande marca. Fortalecer-se com o know-how dos outros”, disse Houzé, membro do conselho de administração do Carrefour, na entrevista ao BFM.
Desde o dia 25 de agosto, os papéis do Carrefour têm registrado queda na bolsa de Paris, mantendo-se num patamar de preço abaixo de € 20. No início de setembro registrou a menor cotação dos últimos cinco anos, após publicação de resultados semestrais, quando o grupo revisou para baixo a previsão de vendas para 2017.
A atual guerra por mercado no varejo francês, que tem reflexo nas vendas, está afetando as ações. E a desvalorização dos papéis estaria obrigando investidores a arcar com “chamada de margem”, ou seja, despesas relativas a empréstimos feitos junto a corretoras.
Desde o dia 23 de agosto, o papel do Carrefour na França caiu 17%. Questionado sobre o assunto, a Península Participações, empresa de Abilio Diniz e acionista do Carrefour, informou que no seu modelo de financiamento não há “chamada de margem”.
No Brasil, as operações da Fnac de livros e produtos eletrônicos foram adquiridas pela Livraria Cultura. O negócio foi divulgado no último mês de julho.
Fonte: Supermercado Moderno