Os resultados do primeiro trimestre de 2017 do Carrefour e Casino reacenderam um debate: os hipermercados estão condenados? As vendas continuam em declínio desde o final de 2015.
Nos últimos três anos, os três grupos detentores das maiores lojas na França – Carrefour, Casino e Auchan – planejaram um resposta apoiada em quatro eixos: preços, diminuir o tamanho, repensar o sortimento e oferecer serviços para animar o ponto de venda.
Preços: constatado que lá os preços dos hipers eram elevados, foi implantada nova política de preços, o que acabou resultando em guerra de preços entre os grandes. Além deste efeito que afetou os resultados, mesmo a nova politica de preços não conseguia superar o desafio dos produtos não alimentares: a concorrência da internet. Para enfrentar isso, a próxima ação foi tomada:
Diminuir o tamanho: reduzir espaço para aparelhos de grandes dimensões, eletrônicos e multimídia.
Repensar o sortimento: adequar o sortimento ao contexto de cada loja, com destaque da concorrência na área de influência. Por exemplo, perto de uma loja Decathlon diminuir a linha de produtos esportivos (e sua exposição) e, no caso de uma oportunidade de linha suplementar, inclui-la. Seria como uma linha de produtos adequada loja a loja, pelo seu contexto individual.
Serviços para animar o ponto de venda: com o objetivo de aumentar a experiência do cliente na loja, dar uma razão para que venha a loja e não compre apenas pela internet. Seriam então salão de beleza para aplicação dos produtos comprados lá, oficinas de costura, aulas de culinária, por exemplo.
Se considerarmos que o investimento nestes quatro eixos começou há três anos e as vendas continuam em declínio, é indicativo que o modelo precisa de mais mudanças (ou mais significativas).
Se olharmos para aqui no Brasil, além de iniciativas como essas, também podemos esperar mudanças de bandeira nos grandes, como transformação de hipers em atacarejos ou supermercados de maior superfície, por exemplo. O certo é que o modelo está em declínio, e não há nada nas tendências de consumo, do comportamento do consumidor, que indiquem que este é um problema passageiro, pelo contrário, os modelos menores estão em crescimento. Pelo ranking ABRAS 2016, cresceram o numero de lojas de atacarejos (de 266 para 311), de lojas de vizinhança (de 61 para 614), e houve retração de hipermercados e supercenters (278 para 230 lojas).
Para o Hiper a solução não parece estar em adequação, mas em reinvenção.
Fonte: LinkedIn