Por Maria Luiza Filgueiras e Victor Menezes | O grupo Carrefour está negociando a venda de todas as lojas da bandeira Nacional, concentradas na região Sul do país, e das lojas remanescentes do Bompreço no Nordeste, apurou o Pipeline. A varejista contratou o Bradesco BBI para assessorá-la nas negociações, disseram fontes com conhecimento do assunto.
Ao todo são 65 lojas à venda, incluindo as bandeiras e parte delas com imóveis próprios. Somam cerca de R$ 1,5 bilhão em faturamento.
O maior número de lojas fica no Rio Grande do Sul, onde quatro grupos gaúchos e um novo entrante no Estado negociam as 39 unidades do Nacional. No Paraná, são outras oito lojas da bandeira devem ficar com um player local.
Já no Bompreço, marca concentrada no Nordeste, são ainda 18 unidades em funcionamento, e são essas as que concentram a maioria dos imóveis das negociação.
O Carrefour já havia vendido parte da rede Bompreço ao Grupo Mateus, que levou 10 unidades há dois anos, e outras quatro no Sul para a Asun e Grupo Pereira, também do pacote BIG, comprado da Advent.
Ontem, o Carrefour informou ao mercado que assinou um contrato com o fundo de investimento imobiliário Guardian Real Estate (GARE11), administrados pela Guardian Gestora, para a venda de 15 imóveis próprios onde estão localizadas lojas operadas pela companhia ou suas afiliadas sob a bandeira Atacadão, com valor total de R$ 725 milhões.
Nos termos do acordo, o Carrefour Brasil irá celebrar contratos de locação na modalidade “sale-leaseback” (venda e locação), com prazo inicial de 13 anos, renováveis por períodos adicionais de 5 anos, garantindo a continuidade de suas operações. As despesas com aluguel desses imóveis serão de aproximadamente R$ 4,8 milhões por mês.
A operação está sujeita a condições precedentes usuais neste tipo de transação, incluindo aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A expectativa é que a operação seja fechada ainda no exercício social de 2024. “A operação está alinhada com a estratégia do Carrefour Brasil de destravar valor de portfólio imobiliário, com foco na monetização dos ativos, maximização dos retornos para seus acionistas e melhor alocação de capital”, afirmou a companhia, em comunicado.
O grupo continua avaliando outras operações envolvendo o restante de seus ativos imobiliários.
A varejista também informou ontem que as vendas brutas no país subiram 4,8% no terceiro trimestre, na comparação anual, para R$ 29,5 bilhões, segundo prévia não auditada. Na mesma base de comparação, o valor bruto de mercadorias (GMV) em vendas on-line subiu 21%, para R$ 3 bilhões.
No segmento de atacarejo, as vendas brutas somaram R$ 21,4 bilhões, alta de 8,3% na comparação anual. Já no varejo, as vendas brutas somaram R$ 6,4 bilhões, queda anual de 7,9%, explicada por uma redução de 22% na área de vendas, com 18 lojas de varejo convertidas em lojas Atacadão e Sam’s Club, além do fechamento de 126 lojas de varejo nos últimos 12 meses.
No caso do Sam’s Club, as vendas brutas chegaram a R$ 1,8 bilhão no terceiro trimestre, alta de 16,9% no ano. Os clientes ativos do clube também apresentaram uma elevação anual de 35,1%. No trimestre, o clube atingiu a marca de 3,5 milhões de membros.
No final de setembro, o grupo operava 1.041 lojas.
Fonte: Valor Econômico