A gestora americana Carlyle fechou acordo de compra de 23,3% da rede de restaurantes Madero por cerca de R$ 700 milhões. O contrato foi assinado no fim da noite de quinta-feira, depois de um período de negociações mais intensas para acertar pontos sobre governança e avaliação final da rede.
O assessor financeiro da operação foi o Santander. As negociações entre as partes foram antecipadas pelo Valor no início de novembro. A cadeia foi fundada por Luiz Durski Junior, com mais de 90% das ações.
No fim de 2018, as partes entraram num acordo sobre condições do negócio, mas a avaliação dos números terminou neste ano. O preço poderia sofrer ajustes por conta das projeções de desempenho da empresa em 2019 e isso teria efeito sobre o valor final da operação. Cerca de R$ 600 milhões devem ser recursos direcionados para a Madero, que irá usar maior parte do montante para pagar dívida, e o restante deve ir para os sócios.
Ao fim do processo, a Madero foi avaliada em R$ 3 bilhões — inicialmente os sócios da rede consideravam patamar maior, por volta de R$ 4 bilhões. Surgiram informações no mercado de que a empresa teria um passivo fiscal a negociar e poderia ter que acertar esses pagamentos, e isso teria prolongado as negociações. A Madero afirma que a rede contrata auditorias reconhecidas no setor há anos e diz que os débitos relativos a impostos são baixos.
A gestora HSI tem debêntures da empresa (numa emissão inicial de R$ 380 milhões, com valor final a ajustado por juros), que devem ser quitadas antecipadamente.
Segundo dados do balanço de 2017 obtidos pelo Valor, a receita atingiu quase R$ 520 milhões naquele ano e planilha de projeções do início de 2018 dava conta de pouco mais de R$ 800 milhões para o período.
Dentro de alguns anos, o Carlyle deve sair do Madero ser por meio de uma oferta pública inicial de ações da rede.
Fonte: Valor Econômico