A busca por meios de digitalizar a operação se tornou um dos focos de atuação de grande parte dos diretores de TI pelo Brasil. No entanto, há diferentes formas de alcançar esses objetivos e as empresas ainda trabalham para identificar caminhos e designar prioridades.
Durante o Seminário Executivo da Sucesu-RS, realizado na última semana, CIOs das empresas Paquetá, Tramontina, Randon, Grupo Dimed e Arezzo discutiram o assunto com a mediação de Willian Valente, diretor da Capgemini.
Na Paquetá, empresa do setor de calçados que faturou R$ 2,2 bilhões em 2017 , o desafio inicial para projetos de transformação foi identificar responsabilidades, pois o tema foi dividido entre a área de TI (para áreas ligadas ao varejo) e o setor de engenharia (para inovação na indústria).
“Quando um projeto da engenharia chegava em alguma solução digital, era preciso envolver a TI também. Nos últimos anos, a empresa passou a envolver todos os setores com grupos horizontais e multidisciplinares para criar iniciativas de jornada do cliente com uso de design thinking”, relata Gervásio Scheibel, gerente de TI da Paquetá.
Na Arezzo, a maior dificuldade na visão do CIO, Marcelo Manoel, está ligada à inovação na operação de fábrica.
“Já temos alguns sensores para identificar defeitos e controladores para medir a produtividade, mas isso é uma pequena parte em relação a tudo que pode ser trabalhado nesse segmento”, comenta.
Para a área de varejo, as novidades estão em soluções como checkout móvel, que também permite a visualização de indicadores de vendas e comparações com números de outras lojas da marca nos celulares utilizados pela equipe.
A Tramontina, fabricante de produtos para a casa, priorizou as áreas de produção e gestão de estoque no momento de aplicar ideias de digitalização. A responsabilidade de levar inovação para a fábrica é da equipe de TI, que levou parte dos profissionais para o dia a dia da produção.
“Há um ano atrás seis pessoas eram responsáveis por receber todos os pedidos de lojas e consumidores para a Tramontina e definir como o atendimento seria priorizado, pois nem sempre há estoque para suprir todos. Hoje isso é feito por um sistema que define as quantidades a serem produzidas e como a distribuição de pedidos será feita, de acordo com critérios definidos pela empresa”, detalha Marcos Antonio Sganderlla, gerente de TI da Tramontina.
A Tramontina exporta para 120 países e tem faturamento anual na faixa de R$ 5 bilhões por ano.
Já a rede de farmácias Panvel, do Grupo Dimed, apostou na digitalização e integração dos canais de venda. No ano passado, a empresa criou o programa Prateleira Infinita com o objetivo de combinar lojas físicas, e-commerce, aplicativo e televendas (Alô Panvel).
O modelo permite que o consumidor faça compras pela internet e receba os produtos em casa ou retire nas lojas. Além disso, é possível adquirir produtos nas lojas e receber no endereço desejado.
“Buscamos a digitalização da conveniência, que é um dos pilares da operação das farmácias, por isso muitas vezes vemos lojas próximas umas das outras. Então, as novidades digitais tem esse propósito e estão alinhadas com a estratégia da empresa, além de facilitar o processo offline também, pois o app permite verificar lojas próximas que tem estoque da mercadoria desejada”, conta Alexandre Rodrigo Arnold, gerente executivo de TI do Grupo Dimed.
Para a Randon, o plano de inovação envolveu a criação de um núcleo exponencial focado em novidades para o back-office.
“Além disso, estamos trabalhando com a cultura da empresa para levar esse conceito para as lideranças. O projeto Profissional do Futuro, por enquanto oferecido para diretorias e gerências, quer preparar os executivos para aderir ao cenário de digitalização”, completa Carlos Roberto Arins do Nascimento, gerente executivo de TI da CSC da Randon.
Fonte: Baguete