Os motivos para o surgimento do atacarejo no Brasil são diversos. Um dos principais fatores é a mudança que os modelos tradicionais de vendas vivenciaram nos últimos anos em função do novo comportamento dos shoppers – a pessoa que realiza uma compra, sendo ela consumidora ou não. A instabilidade política e a incerteza econômica também são razões que favoreceram a expansão deste novo modo de comércio no Brasil.
O atacarejo é um modelo comercial que envolve atacado com varejo. Pode-se dizer que é a mistura de atacado de autosserviço com varejo de supermercado, ou seja, é a venda no varejo com o preço do atacado. O setor é hoje o que mais cresce no Brasil. São mais de 500 lojas espalhadas pelo País, com faturamento anual que ultrapassa R$ 80 bilhões. É também um importante empregador, com mais de 75 mil vagas, e um faturamento conjunto estimado em R$ 250 bilhões. Um exemplo simples da expansão do atacarejo é uma pequena rede com algumas lojas em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Mesmo sem grande expressão no resto do País, a cadeia de estabelecimentos aumentou suas vendas em mais de 70% nos últimos anos. No Nordeste, uma outra rede do atacarejo fez sua receita avançar mais de 30% nos últimos anos.
O atacarejo obteve 56% de penetração em todos os lares do Brasil em 2016 e a tendência é continuar crescendo. A perspectiva é que atinja mais de 60% das residências brasileiras em 2017. O modelo é o único tipo de loja que continua com o crescimento no volume de produtos vendidos em 2017. Segundo a Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço (ABAAS), as vendas em volume cresceram 15% em 2016 ante 2015, enquanto os outros tipos de varejo juntos recuaram 4,2% nas vendas em volume.
O segmento soube acompanhar as mudanças, como a relação do shopper com os canais de compra tradicionais. A indústria passou a negociar mais e melhor, abrindo o caminho para uma expectativa ainda mais relevante em 2018.
Qual seria o próximo passo? Um bom palpite é desenvolver um trade especializado nas necessidades do atacarejo. É uma etapa que deve acontecer a longo prazo, mesmo porque no próprio varejo convencional essa estruturação ainda não é uma realidade comum.
Fonte: DCI