Com a perspectiva de crescimento da demanda no mercado interno e das exportações, fabricantes calçadistas planejam expansão dos canais de vendas e maior ocupação da capacidade instalada.
“Temos a expectativa de aumentar nosso faturamento de 15% a 18% neste ano. Isso se deve à expansão do número de lojas franqueadas, aumento das exportações e maior venda de acessórios”, afirma o sócio fundador da Usaflex, Juersi Lauck. Ele conta que a projeção é elevar o número de franquias de 176 para 225 em 2019.
O executivo explica que já houve uma melhora nas vendas no final de 2018. “Ainda não é o ideal. Há muita expectativa com o novo governo e talvez isso incentive o consumo e reduza o medo de perder o emprego.” A Usaflex também investiu no e-commerce. “Vamos estrear esse canal e esperamos faturar R$ 6 milhões”, projeta Lauck.
O gestor de negócios da Klin, Otávio Facholi, entende que o fim do período eleitoral trouxe mais segurança para os investimentos. “O setor pode se movimentar e se organizar para entender a mudança de comportamento do consumo.” A empresa, especializada em calçados infantis, prevê crescimento de 15% do faturamento em 2019. Facholi destaca a necessidade de alinhar a atuação da indústria com o varejo. “Não adianta o setor produtivo se planejar e os varejistas não se envolverem. A dinâmica do consumidor é muito intensa, temos que nos renovar sempre.”
O gerente de exportação da Via Uno, Luis Germann, conta que a empresa espera aumentar a produção de 17,5 mil para 20 mil pares por dia em 2019. “Acreditamos que nosso faturamento pode crescer 30%, o mesmo patamar do ano passado.” Ele classifica este incremento como agressivo. “Isso demanda investimentos na estrutura do parque fabril.” Germann acredita que o ano será de retomada. “Sentimos mais confiança do lojista e do consumidor”, destaca.
O gestor de negócios da Democrata Calçados, Marcelo Paludetto, revela que a companhia pretende crescer em torno de 10% neste ano. “Isso ocorrerá pela consolidação de nossa linha urbana, que lançamos em 2018 para rejuvenescer nossa marca e ampliar nosso público alvo, além de expandir o número de lojas próprias de 36 para 50.”
Paludetto avalia que há otimismo no País, mas ainda é necessária uma recuperação econômica mais concreta. “O desemprego não caiu. Esperamos que isso mude e a renda do brasileiro melhore.” Ele conta que a Democrata irá investir em sua unidade em Santa Quitéria (CE). “Vamos fazer um novo centro de distribuição e a renovação de nossas máquinas”, detalha.
A diretora do varejo da Bibi, Andrea Kohlrausch, nota um ambiente mais animador por parte dos franqueados. “Após a eleição, percebemos aumento da procura. O ânimo está diferente, mas muitos projetos ainda precisam sair do papel.” A empresa pretende aumentar o número de lojas de 110 para 130 e elevar a produção de 2 milhões para 2,4 milhões de pares de sapato em 2019. “Há espaço para trabalhar dentro da nossa capacidade instalada e vamos crescer via varejo.”
ExportaçõesO representante da Radamés, Adriano Martins, diz que a meta da companhia é crescer 20% em 2019. “Investimos no aumento de produção e na redução de custos.” A empresa, que atua em 25 países, espera que a estabilidade do câmbio favoreça as exportações. “Não é interessante que o dólar caia demais, porque ficamos muito caros. Mas temos parceiros que garantem nossas vendas externas”, declara.
Facholi conta que a Klin tem em sua estratégia chegar a novos mercados nesse ano. “Atualmente, exportamos para mais de 40 países. Queremos chegar próximo a 60 mercados em 2019”, conta. “Já somos muito fortes na América Latina. Queremos ampliar nossa presença na Ásia, EUA, Europa e Oriente Médio.”
Lauck conta que a Usaflex pretende ampliar em 48% as exportações em 2019. “Temos lojas licenciadas em Israel e na América Latina. É uma grande possibilidade de crescimento. Esperamos estabilidade do câmbio e que o real não se valorize tanto, para que a exportação seja incentivada.”
Fonte: DCI