Imagina essa cena no futuro: você entra em uma loja e é cumprimentado pelo nome por um computador que usa reconhecimento facial e o direciona para os itens de que precisa. O local, pequeno, só trabalha com amostras, você acena com o celular para o que quer comprar e deixa a loja. Depois disso, robôs buscam seus itens no depósito e mandam entregá-los em sua casa, via carros sem motoristas ou drones.
A compra na semana passada pela Amazon da rede americana de supermercados Whole Foods (especializada em alimentos saudáveis) por US$ 13,4 bilhões pode acelerar o processo para que essa visão se torne realidade.
A entrada da Amazon no mundo do comércio, no fim dos anos 1990, fez com que quase todas as compras exijam menos tempo de espera e menos interação com funcionários – e agora ela pode fazer o mesmo para o mundo dos supermercados. Ela já está fazendo teste na cidade de Seattle (Estados Unidos), perto de sua sede, com uma loja sem vendedores ou filas de espera.
Quando pensamos em substituição de mão de obra humana por robôs, costumamos pensar em fábricas e grandes depósitos. Mas as próximas funções que devem acabar estão muito mais perto de nossas obrigações diárias: trabalhadores do varejo e atendentes de caixa em lojas e restaurantes.
Por muitos anos, economistas defendiam que empregos em fábricas e administrativos eram vulneráveis à automação, mas que postos nos setores de serviço e conhecimentos estavam seguros.
Isso porque essas funções exigem habilidades humanas que são difíceis para uma máquina imitar, como capacidade crítica e adaptabilidade. Essas habilidades são úteis quando um executivo estabelece uma estratégia de negócio ou quando um chef de restaurante frita um ovo para um cliente, enquanto outro prefere ele mexido.
Mas está cada vez mais claro que partes de cada trabalho serão afetadas pela automação – e que o setor de serviços deve ser o próximo. Ainda que alguns postos na área de serviços ainda pareçam a salvo (como enfermeiro ou professor de ensino infantil), outros (aqueles envolvendo o varejo e o segmento de alimentação, por exemplo) já estão sendo substituídos.
Não é muito difícil ensinar uma máquina a fazer tarefas rotineiras, como ler códigos de barra, repor produtos em prateleiras ou colocar batatas fritas no óleo.Segundo estudo da consultoria McKinsey, metade do tempo gasto por vendedores e caixas envolve tarefas que podem ser automatizadas por tecnologias já existentes – no caso dos trabalhadores de mercados, esse número aumenta para dois terços.
No caso dos mercados, ainda de acordo com a consultoria, a economia com a substituição seria três vezes o gasto, o que torna mais provável (ainda que se desconfie dessas estimativas) que essa troca seja rápida.
Fonte: Supermercado Moderno