Jornalista gosta de boas histórias. E este que vos escreve tem gostado cada vez mais de histórias que envolvem tecnologia. A revolução que estamos presenciando em vários mercados e, principalmente, toda uma estrada a ser percorrida com o uso da tecnologia no Marketing e nos negócios de uma maneira geral e irrestrita tem criado casos interessantíssimos. O iFood é um deles.
O aplicativo é muito mais do que um aplicativo. E, para além de um marketplace, está se transformando em um grande player no mercado de delivery tendo a tecnologia como plataforma principal. Hoje, por exemplo, eles oferecem uma plataforma completa para entrega aos restaurantes no SpoonRocket. Isso quer dizer que além de intermediarem os pedidos, eles também gerenciam e fazem a entrega para o restaurante. Mas por que fazem isso? Por três motivos.
Primeiro porque eles precisam expandir a sua base de restaurantes – afinal o segmento de entregas responde por apenas 15% do mercado. Segundo porque o delivery é uma operação complexa para qualquer estabelecimento e nem todos estão preparados para oferecer a melhor experiência – outro fator chave para o sucesso do aplicativo – e terceiro que, como toda empresa, conseguir um faturamento incremental dentro do seu mercado é um sonho. Hoje, este serviço oferecido aos clientes já representa 10% do faturamento em um ano de operação nas principais capitais do Brasil.
Outra iniciativa que faz do iFood um gigante no mercado é o iFood Shop, um e-commerce que vende embalagens para seus clientes, que conseguem economizar até 20% neste item. E essa verticalização está só no começo. A ideia é oferecer outros insumos aos restaurantes. A estratégia é comprar em grandes volumes e vender com preços mais acessíveis aos seus clientes, que se rezarem na cartilha do APP podem crescer até 100% ao ano. Essa devoção ao aplicativo tem justificativa, pois pela plataforma é possível traçar estratégias a partir do comportamento dos clientes finais: qual produto vende mais, horários, raio de atuação ideal, promoções, ativações e uns cem números de oportunidades que a tecnologia oferece.
Somente com ela, inclusive, é possível gerenciar durante um mês cerca de 200 campanhas de mídia online. Cada uma com pelo menos 10 criativos e segmentadas em 50 perfis comportamentais. Nada de segmentação demográfica, mas sim georeferenciada com processos de machining learning. A ideia é promover uma hipersegmentação a partir do comportamento do consumidor. Hoje eles são 4,5 milhões por mês, em sua maioria entre 25 e 34 anos, que fazem 300 buscas por segundo e 50 pedidos por segundo.
Inclui nesta conta um alto índice de recall da marca. Apensar de ter 40% de sua verba de comunicação em campanhas direcionada para a TV – muito em função do custo ser maior -, o pensamento do iFood é digital first. “Nosso Marketing é 100% tecnologia”, afirma Arthur Santos, Diretor de Marketing da companhia que já roda no azul e faturou R$ 171 milhões em 2016. “Temos que utilizar a tecnologia para automatizar nossas campanhas e para entregar uma experiência personalizada. Nossa meta é ter um iFood para casa pessoa”, completa o executivo durante o café que tomou com o Mundo do Marketing e que serviu de gancho para o nosso título.