O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) manteve ontem a venda da varejista Leader, que pertencia ao grupo BTG, para o fundo Legion Consumer Assets.
No dia 1º de julho, a conselheira do Cade Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt havia assinado despacho sobre a operação, com pedido de avocação, mecanismo que suspende a aprovação e permite uma nova análise do caso.
Votaram pela manutenção da aprovação Alexandre Cordeiro, Gilvandro Araújo, Paulo Burnier e Marcio de Oliveira Júnior. Somente o conselheiro João Paulo Resende votou favorável ao despacho da conselheira Cristiane.
Se o pedido fosse aceito pelo plenário do Cade, o novo dono da rede teria que aguardar a avaliação final do processo para assumir efetivamente o negócio. O Legion, que anunciou a aquisição da Leader em abril, é controlado por Fábio Carvalho, sócio e presidente do conselho da Casa & Vídeo. Com receita líquida de R$ 1,6 bilhão em 2015, a Leader vende roupas, artigos para casa, eletrônicos e brinquedos.
Cristiane afirmou que, ao analisar os documentos nos autos da operação, verificou que nenhum ofício foi enviado ao mercado, aos fornecedores das empresas ou às associações de consumidores. A conselheira avalia que poderia haver “gun jumping” na operação. Isso significa que as companhias teriam tomado medidas que consumariam a aquisição antes de obter o aval do Cade e sugeriu a investigação.
Em 16 de junho, a secretaria-geral do Cade aprovou a venda da Leader para o fundo Legion sem restrições. Com a transação, o advogado Fabio Carvalho torna-se o maior acionista da Leader e também dono de 49% da Casa&Video. O Cade havia também indeferido o pedido da família Furlan, ex-proprietária da Lojas Seller, de São Paulo, para ser incluída no negócio como parte interessada (terceira parte).