Fabio Carvalho detém 100% das ações da varejista através do fundo Legion
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a venda da Leader para o fundo Legion Consumer Assets sem restrições, conforme publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira. A operação foi anunciada em abril, pelo preço simbólico, selando a aquisição da varejista fluminense pelo empresário Fabio Carvalho, dono de 49% da Casa&Video. Ele assumiu quase R$ 1 bilhão em dívidas da Leader. O BTG Pactual, ex-controlador, e a família Gouvêa, que fundou a empresa, deixaram o negócio.
O Cade indeferiu o pedido da família Furlan, ex-proprietária da Lojas Seller, de São Paulo, para ser incluída no negócio como parte interessada (terceira parte). A Leader adquiriu a Seller em 2013, por cerca de R$ 500 milhões. De 2015 para cá, as duas companhias travam uma verdadeira batalha jurídica. O grupo paulistano alega que não recebeu integralmente os pagamentos devidos, apesar de sucessivas renegociações de contrato. Em março, os Furlan entraram com pedido de falência da Leader no Tibunal de Justiça do Rio de Janeiro, que foi posteriormente negado.
A Leader, de outro lado, afirma que a Seller apresenta problemas contábeis e desempenho abaixo do previsto. A empresa suspendeu os pagamentos a Seller depois de pedir arbitragem de contrato. Em maio, recorreu ao TJ-RJ pedindo o cancelamento da aquisição da companhia paulistana.
FOCO NO VESTUÁRIO E MIX MENOR
Com o fechamento da operação, Fábio Carvalho passa a ser dono da totalidade das ações da Leader através da Legion. A empresa conta hoje com cerca de 170 lojas. Na prática, já vem redesenhando o negócio, com operações concentradas em vestuário — principal foco da varejista — e reorganização do mix de produtos nas lojas, reduzindo oferta de itens para o lar, afirma fonte próxima à companhia. Já acontece também o fechamento de lojas fora do Estado do Rio, completa essa fonte.
A reestruturação do grupo está sendo conduzida pela Alvarez & Marsal, a mesma consultoria que reorganizou a Leader entre 2006 e 2009, impulsionando a expansão da rede nos anos seguintes. Em 2012, culminou com a venda de 70% do capital para o BTG Pactual. O restante continuou nas mãos dos Gouvêa, cuja atuação ficou restrita ao Conselho de Administração.
Procurada, a Leader não comentou.