Por Neide Martingo | Cacau Show, Brastemp e Tramontina ocupam, respectivamente, o terceiro, o quarto e o quinto lugares no ranking das marcas brasileiras mais fortes. Elas focam em expansão, e-commerce, conquistar o público mais jovem e garantir qualidade.
A Cacau show, com 4,5 mil lojas em operação, quer chegar a 4.750 unidades até o fim deste ano e superar as 5 mil em 2025. A expectativa para 2024 é que as vendas cheguem a R$ 6,5 bilhões, superando os R$ 5,1 bilhões do ano passado. O e-commerce teve alta de 24% neste ano, com integração dos canais físicos e digitais. “A marca continua investindo em tecnologias avançadas, como inteligência artificial, para personalizar a experiência de compra e atrair cada vez mais consumidores para o canal on-line”, diz Daniel Roque, VP de negócios.
Um dos resultados é o engajamento dos “Cacau Lovers”, com mais de 30 milhões de cadastrados. A frequência de compras feitas pelos “fãs” aumentou quatro vezes e eles passaram a recomendar a marca a amigos e familiares. “Além disso, a interação nas redes sociais tem aumentado, o que faz com que a marca receba feedback em tempo real e se adapte rapidamente às necessidades dos consumidores”, completa o executivo. Para seduzir os consumidores mais jovens, a empresa fez parceria com influenciadores e criou sabores e embalagens, além de lançar produtos colecionáveis.
Seduzir os mais jovens pode ser um desafio para marcas mais antigas, como a septuagenária Brastemp. A companhia passou por um rebranding para fazer a aproximação com as novas gerações – o lançamento da linha de frigobares Retrô é um exemplo. “Esses consumidores já têm um poder de decisão de compra muito potente e será cada vez maior nos próximos anos. Mais de 62 milhões de brasileiros da geração Z irão influenciar os próximos cinco ciclos de compras de geladeiras no país”, diz Bertha Fernandes, diretora de marcas e comunicação da Whirlpool, dona da marca Brastemp.
Hoje 60% do faturamento da Brastemp vem de produtos focados nas necessidades dos brasileiros, e 90% da produção é nacional. As vendas da Whirlpool no cresceram 17% primeiro semestre deste ano, puxadas por refrigeradores (25%) e lavanderia (17%). O faturamento no Brasil foi de R$ 8,3 bilhões no período, “o melhor desempenho em receita de história”, complementa a executiva.
Tradição e qualidade são as armas da Tramontina, que tem 113 anos, para se manter como uma das marcas mais fortes do país. A maior parte dos consumidores da empresa tem entre 46 e 60 anos. Para se atualizar “sem perder a essência”, segundo Rosane Fantinelli, diretora de marketing, o caminho é a comunicação com os mais jovens por meio das principais redes sociais, com produção de conteúdos que, segundo ela, buscam ser úteis, de forma leve e atraente.
A digitalização e o crescimento do e-commerce exigiram que a Tramontina expandisse suas estratégias, com foco em vídeos curtos, interação, uso de influenciadores e diversificação de plataformas para engajar diferentes gerações. A pandemia reforçou a importância de gerar conexão emocional, utilizando temas como conforto em casa e a valorização dos pequenos momentos do dia a dia.
A empresa também mira lojas próprias e expansão internacional – são 23 lojas no Brasil e 13 no exterior -, que faturaram R$ 100 milhões em 2023, com alta de 40%. “Queremos que o canal de varejo próprio se fortifique dentro do grupo”, diz Fantinelli. Em junho, foram inaugurados escritórios regionais na Tunísia e na África do Sul. E foram abertas também unidades na Índia, no Peru e no Chile.
Fonte: Valor Econômico