Assunto delicado no setor têxtil, o trabalho escravo tem sido um dos focos de trabalho do Instituto C&A no Brasil. Por meio da organização, a varejista trabalha pelo aumento na transparência e auxilia os grupos que sofrem com essas condições, principalmente os imigrantes.
Durante o ano passado, o instituto apoiou a regularização de mais de 11 mil imigrantes, por meio de sua parceria com a Missão Paz e com o Cami (Centro de Apoio e Pastoral do Migrante), reduzindo a vulnerabilidade dessas pessoas ao trabalho escravo. Os dados são do relatório das ações de 2016, lançado em junho. “Hoje, temos dificuldade de saber onde e em que condições as roupas foram feitas. As próprias marcas, às vezes, não detêm todas as informações”, diz Giuliana Ortega, diretora executiva da organização. “O instituto olha aonde é possível fazer parcerias e apoiar organizações, plataformas e iniciativas que estejam buscando mecanismos para promover mais transparência.”
Essas parcerias também são feitas para melhorar os índices ambientais da indústria, a segunda mais poluente, atrás apenas da petrolífera. Para isso, o instituto, representante brasileiro da C&A Foundation, incentiva a produção de algodão orgânico e certificados pelo BCI (Iniciativa Por um Algodão Melhor, na sigla em inglês). “Há dois caminhos para atingir o sustentável. Um é o incentivo ao algodão orgânico, que não tem aditivo químico, com gasto de água controlado e que não oferece risco à saúde do produtor”, explica a diretora executiva. “Outro é incentivar pequenos agricultores que trabalham com o BCI, que é muito menos impactante e fiscaliza o trabalho dos produtores no campo”.
Segundo a Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão), que participou do “Diálogos Transformadores” sobre agricultura sustentável, 71% dos produtores de algodão no Brasil são certificados pelo BCI. O relatório informa ainda que 220 famílias de pequenos agricultores que fornecem algodão sustentável no Brasil foram atingidas pelas ações do instituto, que consistem em investimentos em diferentes métodos de plantio e irrigação com entidades parceiras, entre outras atividades.
RESULTADOS
Outras três frentes de trabalho do instituto também foram abordadas no relatório: Fortalecimento de Comunidades, Moda Circular, que também foi tema da série “Diálogos Transformadores” neste ano, e os investimentos em Educação. A organização é responsável, em nome da C&A, pelos investimentos para melhoria das condições sociais na cadeia produtiva da moda no Brasil. “O instituto, por ter uma finalidade social, precisa olhar sempre para o bem público, para algo que vá além da empresa. O que nos conectou ao escolher esses cinco pilares foi olhar onde a gente teria condições de gerar um impacto mais positivo para as pessoas que trabalham nessa indústria em todos os pontos”, explica Giuliana. O documento está disponível on-line no site do Instituto C&A.
Fonte: Bem Paraná