A rede de varejo de vestuário C&A planeja manter sua base de lojas no Brasil em 2017, em meio à expectativa de um cenário menos negativo para o setor, afirmou à Reuters o vice-presidente de operações e marketing da companhia no país, Elio Silva.
“Não tem um plano de fechamento de lojas, mas vamos ficar acompanhando por fora”, disse o executivo.
A C&A, varejista de origem holandesa que está completando 40 anos de presença no país, tem hoje mais de 270 lojas no Brasil, tendo aberto mais de 100 unidades nos últimos 7 anos.
Neste ano, contudo, houve redução ao redor de 5 por cento da área total de lojas, com o fechamento de 12 unidades, sendo boa parte em shopping centers.
“Do mesmo jeito que abre loja, tem que olhar a performance…”, afirmou Silva, citando que esse movimento ocorreu em lojas menores, de mercados novos, em cidades de médio para pequeno porte e em empreendimentos que não estavam maduros.
Entre as grandes redes do setor, Marisa Lojas também deve encerrar 2016 com menos lojas do que o ano passado, enquanto Riachuelo, do grupo Guararapes já sinalizou que vai rever seu plano de expansão. Na outra ponta, a Lojas Renner segue firme com plano de expansão de lojas, a fim de terminar 2021 com 450 unidades.
Apesar da redução na área de lojas, a C&A deve fechar 2016 com resultado positivo nas vendas totais e comparáveis. “No cenário atual, (vamos crescer) um dígito muito bom”, disse o executivo sem precisar valor.
A empresa, de capital fechado, não divulga dados sobre o desempenho.
O ranking 2016 do Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo e Mercado do Consumo coloca a rede na quarta posição em termos de faturamento no segmento de moda e esporte, estimando um faturamento de 4,55 bilhões de reais em 2015.
Silva disse que ainda observa um ambiente de consumo retraído, mas que a C&A tem apresentado um bom desempenho. “Não houve aumento de fluxo nas lojas, mas o número de peças vendidas e a quantidade de pessoas efetuando compras aumentou.”
Para o Natal, ele disse que espera um desempenho nas vendas melhor do que no ano passado.
De acordo com Silva, mudanças na estratégia da varejista no país e sinais econômicos de que o cenário será um pouco mais promissor para o varejo devem ajudar também o desempenho da rede no próximo ano.
“Se no ano que vem a economia crescer 1 por cento já vai ajudar”, disse o executivo.