Depois do trauma da covid, o Burger King está repensando seus restaurantes. A regra básica: quanto menos toque melhor. A rede divulgou nos EUA dois novos modelos de lojas que serão lançadas a partir do ano que vem.
Num dos modelos, a loja terá lockers onde o cliente vai pegar o pedido feito pelo smartphone e uma operação de drive-thru turbinada com até três pistas (para evitar o engarrafamento). O Burger King também está transferindo algumas mesas de dentro do restaurante para espaços externos.
Outra inovação: o estacionamento terá uma tela com QR Code em cada vaga, com o teto alimentado por painéis solares. O cliente vai escanear o código, fazer o pedido pelo app e receber o produto direto na vaga em que está estacionado — lembrando os drive-ins dos anos 50 que foram a regra nas primeiras hamburguerias nos EUA.
As novas lojas serão 60% menores que as de hoje, e um dos modelos terá uma cozinha suspensa — que ficará em cima da fila do drive-thru. Os funcionários usarão uma correia transportadora para entregar os produtos, o que deve aumentar a produtividade.
O Burger King disse que as primeiras lojas do novo conceito serão construídas em Miami, na América Latina e no Caribe.
“Levamos em consideração como o comportamento dos nossos clientes está mudando e como eles vão querer interagir com os restaurantes,” o COO da Restaurant Brands International, Josh Kobza, disse num comunicado, acrescentando que o design foi criado in-house pelas equipes de tech, operações e food innovation do BK.
Segundo ele, o novo conceito será atraente para os consumidores, mas também vai maximizar o retorno dos franqueados porque é mais barato de abrir e operar.
No Brasil, o Burger King também está se mexendo. Há duas semanas, a rede abriu em São Paulo sua primeira ‘dark kitchen’ no mundo: uma cozinha que só funciona para o delivery. Situada na região da Avenida Paulista, a dark kitchen consegue atender um raio de até cinco quilômetros e, mais importante, reduzir pela metade o tempo de entrega de 28 para 15 minutos.
Na medida em que a tecnologia ficar mais azeitada, o algoritmo conseguirá arbitrar entre a loja mais próxima e a dark kitchen, retirando um tráfego de entregadores das lojas de shopping, especialmente em horários de pico.
A vantagem adicional: com a dark kitchen, o Burger King Brasil conseguirá atender pedidos do Popeyes em boa parte da cidade, apesar de ter poucas lojas de sua marca de frango frito.
O BK Brasil também já está testando uma das inovações do novo modelo global: o sistema que permite ao cliente pagar pelo app e receber o pedido na vaga de estacionamento, sem ter que pegar a fila do drive-thru. Além disso, está pilotando o pagamento com ConectCar.
Fonte: Brazil Journal