A “saída” do Príncipe Harry e de sua esposa, Meghan Markle, da família real britânica alimentou a criatividade do Burger King. Tendo a coroa como símbolo de seu negócio, a rede de fast food aproveitou toda a repercussão em torno da proclamação de independência financeira do filho mais novo do Príncipe Charles para “oferecer” emprego ao herdeiro.
No Twitter, que conta com 1,8 milhão de seguidores, o Burger King anunciou que está contratando profissionais para vagas de meio período, insinuando que a posição seria perfeita para Harry. O tuíte recebeu mais de 6 mil likes e foi compartilhado por 1,4 mil pessoas.
Ação do Burger King não é um caso isolado. São estratégias como essa que validaram, nos últimos quatro anos, mais de 90 indicações do Burger King ao Cannes Lion, o “Oscar da publicidade”.
A presença recorrente da rede de fast food americana na maior premiação do setor se deve a campanhas estratégicas, planejadas com antecedência, e outras “de oportunidade”, como são conhecidas as peças lançadas de última hora, que usam como gancho situações pontuais.
Uma das ações publicitárias mais bem-sucedidas da rede aconteceu em 2015, quando o Burger King usou uma página no jornal The New York Times para veicular uma carta aberta ao seu principal concorrente, o McDonald’s, no Dia da Paz Mundial.
A proposta era que as duas gigantes aproveitassem o ensejo para unir forças e apresentar o McWhooper, um sanduíche que seria uma mistura dos dois carro-chefes das redes: o Big Mac, do McDonald’s, e o Whooper, do Burger King.
Em 2015, o Burger King propôs ao rival McDonald’s que se unissem e criassem um sanduíche em conjunto: o McWhooper
Embora o McDonald’s tenha recusado o pedido de trégua, a campanha cumpriu seu objetivo de chamar atenção ao Burger King, gerando 8,9 bilhões de impressões globais e chegando ao topo dos assuntos mais comentados nas mídias sociais. O cálculo é que o Burger King tenha conquistado US$ 220 milhões em mídia espontânea com essa aposta.
No Brasil, caso semelhante aconteceu no último Halloween, quando a rede de fast food resolveu assustar para valer seus consumidores. Em vez de bruxas e personagens macabros, a empresa investiu na maior fobia mundial: boletos.
Quem quisesse brincar com um amigo poderia ir até um site criado pelo Burger King Brasil e preencher uma página com o nome e o e-mail da “vítima”. Em posse desses dados, o restaurante gerava um boleto falso, com vencimento para o final do mês, e encaminhava para a caixa de entrada da pessoa indicada.
Ainda que cada país conte com equipe e ações individuais, respeitando os aspectos culturais, o calendário e as novidades locais, outras peças são compartilhadas em todos os mercados.
Em entrevista ao Marketing Week, Fernando Machado, CMO da empresa, explicou que a rede nunca pensa em briefings que funcionem num canal específico. “Nós focamos em grandes ideias que consigam reforçar nossa marca”, diz.
O Burger King conta com 1,8 milhão de seguidores no Instagram e no Twitter, e 8,3 milhões no Facebook. Fora das redes sociais, a empresa mantém 13 mil unidades de seu restaurante e atende diariamente, segundo o Crunchbase, 11 milhões de consumidores em 98 países.
Fonte: Neofeed