A BR Malls, administradora de shopping centers, terá como prioridades para o futuro recuperar os resultados operacionais, controlar a inadimplência líquida e reduzir a vacância nos empreendimentos.
O diretor-presidente, Ruy Kameyama, disse nesta quarta-feira (14), em teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimeste, que a melhora desses indicadores vai contribuir para o crescimento da receita.
Entre julho e setembro deste ano, a companhia obteve um lucro líquido de R$ 92,2 milhões, resultado 51 vezes superior aos R$ 1,8 milhão apurados no mesmo período de 2017. No intervalo, a receita da companhia caiu 2%, passando de R$ 301,9 milhões para R$ 295,7 milhões. A forte melhora na última linha do balanço reflete a combinação do aumento na taxa de ocupação, melhoria de receitas operacionais e a manutenção dos níveis de inadimplência em patamares reduzidos.
Outro fator que influencia na expectativa para os próximos meses é o humor e a confiança dos varejistas, que melhoraram após as eleições. Segundo Kameyama, o ambiente fica mais propício para investir na “reciclagem do portfólio, retrofit dos ativos principais e em expansão”. No entanto, o executivo acrescentou que ainda aguarda o “retorno da confiança do consumidor”.
Questionado sobre a previsão de desempenho da companhia no quarto trimestre, o presidente da BR Malls disse que, em outubro, foram observados bons desempenhos nas vendas totais e nas vendas mesmas lojas (com funcionamento há 12 meses). Para Kameyama, a recuperação observada no terceiro trimestre deverá ser mantida entre outubro e dezembro, mas é difícil antecipar como serão a Black Friday e o Natal.
Sobre o nível de descontos aplicados aos lojistas, Kameyama informou que os patamares estão diminuindo: passaram de 5,5% a 6% para mais próximo de 3%.
Para os próximos anos, a companhia quer recuperar o “leasing spread” (comparação entre o aluguel médio do novo contrato e o valor faturado do contrato antigo para o mesmo espaço), e que as despesas com provisão de devedores duvidosos (PDD) deverão ficar mais estáveis no futuro.
A taxa de inadimplência teve redução de 0,9 ponto percentual no trimestre, totalizando 0,8%, o melhor nível desde 2014.
Balanço
O faturamento com aluguéis teve queda de 4,9%, para R$ 234,4 milhões; com estacionamento subiu 2,8%, para R$ 68 milhões; e a receita com prestação de serviços teve avanço de 17,6%, para R$ 27,3 milhões.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou R$ 220,9 milhões, mais que o dobro do apurado entre julho e setembro do ano passado.
As vendas mesmas lojas (unidades abertas há 12 meses) tiveram crescimento de 2,5%, impactadas, principalmente, pelas lojas de vestuário, devido às temperaturas mais baixas que o esperado para o período.
Projetos multiuso
A companhia continua a mapear oportunidades no desenvolvimento de projetos multiso no entorno de seus empreendimentos.
“Vemos com bons olhos. Temos três projetos em andamento, entre eles, um hotel, em Maringá e uma torre residencial no Campo Grande”, afirmou Kameyama.
O executivo destacou que os shoppings instalados em complexos multiuso “mostraram-se resilientes durante o período de recessão econômica e, durante a recuperação, costumam voltar com mais vigor”, quando comparado com os demais empreendimentos.
Fonte: Valor Econômico