A BRMalls, atuante no segmento de shopping centers, informou nesta quinta-feira, em teleconferência sobre o resultado do quarto trimestre, que reduziu descontos aos lojistas no fim do ano passado — e isso teve efeito sobre a inadimplência de 2016. De outubro a dezembro, esse índice ficou em 5,5%, versus 3,7% no trimestre anterior. A taxa líquida acabou fechando em 5% no acumulado do ano passado, versus 3,2% em 2015.
O nível de pagamentos em atraso (30 dias) registrou uma média de 12,8% de outubro a dezembro. Após uma piora da inadimplência em 2016, o número melhorou no início deste ano, disse o diretor financeiro, Frederico Villa. A BRMalls ainda vê, apesar disso, um cenário de inadimplência “difícil” em 2017.
De acordo com o executivo, a taxa de aluguéis no conceito “mesmas lojas” em janeiro e fevereiro (mesmos pontos em operação existentes no ano anterior) se manteve em patamar semelhante ao de dezembro. Esse índice, chamado SSR (“same store rent”), atingiu 5,3% no quarto trimestre de 2016, um crescimento de 2,7 pontos percentuais em relação ao período imediatamente anterior. No mesmo trimestre de 2016, estava em 6,4%.
A BRMalls divulgou ontem à noite queda de 4,3% na receita líquida do quarto trimestre ante igual intervalo de 2015, para R$ 362,8 milhões. No período, a empresa teve prejuízo de R$ 147,6 milhões, versus lucro de R$ 26,7 milhões nos três últimos meses do ano anterior.
Revisão
A companhia informou tambem que dois shoppings que havia anunciado como futuras inaugurações em seu portfólio, de Cuiabá e Cascavel (PR), estão sob revisão. Segundo a BRMalls, os projetos estão sendo “revisitados” por razões diferentes. “O Cuiabá estamos revisitando por [questão] comercial e buscando melhorias nesse aspecto, e o Cascavel nós acreditamos, mas há algumas indefinições ainda”, disse o diretor financeiro da BRMalls, Frederico da Cunha Villa.
Em material ao mercado sobre o balanço do quarto trimestre de 2016, a empresa diz que está revisando “os indicadores dos projetos a fim de refletir as sucessivas postergações e curva de comercialização dos mesmos”.
Empresa foi questionada também, durante a apresentação, sobre necessidade de novas captações no mercado, e disse que é possível operar com o caixa atual, sem “grandes captações”, segundo o diretor. A BRMalls mencionou a sua estratégia de desalavancagem e ressaltou que a dívida líquida está menor do que no fim de 2015.
Fonte: Valor Econômico