Presidente da empresa de participações em shoppings destacou plano preventivo para manter clientes e funcionários seguros em meio a epidemia. Os efeitos da epidemia de coronavírus sobre o setor de shopping centers só deverão ficar mais claros nos próximos dias, avalia o presidente da BR Malls, Ruy Kameyama. “Janeiro e fevereiro foram meses normais, com fevereiro até surpreendendo positivamente a empresa, e março estava sendo um bom mês”, mas agora a BR Malls está “numa expectativa de como será o comportamento [da demanda] nos próximos dias”, afirmou em teleconferência com analistas nesta sexta-feira, após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2019.
“É difícil fazer um prognóstico, depende de como se comportar essa expansão do vírus nas principais capitais. Montamos um plano em diversas frentes para deixar o cliente e os funcionários seguros tanto na empresa quanto nos nossos empreendimentos.”
“Vamos ter que ver [como o tráfego reage] nas próximas semanas e aguardar a orientação do governo sobre circulação. Não está claro ainda como isso será. De qualquer forma, a empresa se preparou se reestruturando nos últimos três anos, se desfez de ativos não estratégicos, comprou outros, reduziu endividamento, aumentou sua liquidez. Estamos preparados para passar por esse desafio, como já passamos por tantos outros momentos de incerteza”, afirmou.
Kameyama ainda disse que o varejo brasileiro tem “grande capacidade de adaptação e planejamento”.
Uma das dúvidas desse mercado de shoppings está nas empresas que têm muitos lojistas internacionais, que importam mercadorias de países da Ásia, afetados pela pandemia do coronavírus. Marcas premium importam de países como China e Vietnã.
“Não há tanta clareza de como vai ficar essa questão do tamanho da importação de certos lojistas”, afirmou ele.
Na avaliação do executivo, “é hora de ter tranquilidade, defender o negócio e os stakeholders”.
A BR Malls ainda sinalizou que continua buscando aquisições — a companhia tem comprado e vendido fatias em shoppings há cerca de dois anos —, mas acredita que o coronavírus pode tornar o mercado mais “cauteloso” nessas negociações. “Os vendedores podem ficar mais cautelosos em tratar aquisições agora”, disse.
Ontem, o comando da Aliansce Sonae disse que as aquisições levarão mais tempo por causa de um possível efeitos nos preços dos ativos num momento de instabilidade nos mercados.
A BR Malls é sócia de 29 empreendimentos no país. Na noite de ontem, a empresa divulgou os números do quarto trimestre, com queda de 44% no lucro líquido.
Fonte: Valor Econômico