A crise econômica está impactando diretamente o comportamento do consumidor brasileiro que já está abrindo mão de conquistas alcançadas nos anos anteriores. Mais da metade da população (56%) compra menos serviços relacionados a vida cotidiana, como comer fora e entretenimento. Levantamento realizado pela Mintel mostra que atualmente 33% dos brasileiros estão gastando menos com alimentação fora de casa, 29% estão saindo menos para programas de entretenimento e 23% consumindo menos atividades esportivas, o que inclui, inclusive, mensalidade de academia.
Em relação às áreas de alimentação e bebida, a maioria dos brasileiros (66%) compra a mesma quantidade de produtos em comparação a um ano atrás, enquanto 52% consome menos e 37% mais. A maior queda é relacionada aos produtos alimentares não essenciais de marcas conhecidas, como chocolates e biscoitos, em que 31% diz consumir a mesma quantidade e 30% menos. Na classe média, 65% gasta o mesmo com comida e bebida, 51% menos e 38% mais.
O estudo indica ainda que os jovens consumidores de classe média são menos cautelosos do que seus colegas mais velhos. Apesar de uma queda nos padrões de consumo em todos os grupos pesquisados, o grupo de pessoas com idade entre 16 e 34 anos está comprando mais em todas as categorias, quando comparado ao consumidor de 35 anos ou mais. As categorias em que estão mais gastando incluem, produtos não essenciais de marcas conhecidas, afirmada por 27% dos jovens e comer fora em restaurantes fast-food dita por 24%.
Com pouco dinheiro circulando, a recessão deixou a classe média mais dependente dos cartões de crédito. De acordo com a pesquisa, 18% dos consumidores dos grupos socioeconômicos C1 e C2 dizem que dependem mais dos cartões em comparação a um ano atrás. Essa dependência é ainda maior entre os grupos ABs, chegando a 21%. Apesar de enfrentar dificuldades financeiras, o consumidor de classe média não está trocando seus serviços por alternativas mais baratas, apenas 11% dos consumidores C1 e C2 dizem ter mudado o fornecedor de um serviço por outro mais barato, como TV paga, academia e a saúde privada. Entre as classes AB, esse índice é de 20%.