A Brasil Pharma, terceira maior empresa de varejo farmacêutico do país, está perto de vender duas unidades por cerca de R$ 1,2 bilhão, numa estratégia para reduzir dívida, disseram duas fontes com conhecimento direto das transações.
A Brasil Pharma vai vender primeiro a Drogaria Rosário Distrital para a Profarma Distribuidora de Produtos Farmacêuticos, afirmaram as fontes. A venda, que pode atingir cerca de R$ 200 milhões, deve ser concluída nos próximos dias, disseram as fontes.
Depois disso, a Brasil Pharma vai vender a Drogarias Big Ben por R$ 1 bilhão, disseram as fontes que pediram anonimato, porque as transações ainda estão sendo finalizados. O comprador será o braço de drogarias do grupo industrial e de serviços Ultrapar Participações, afirmaram as fontes, sem darem detalhes sobre o prazo para o anúncio da operação.
A Brasil Pharma, que é apoiada pelo grupo BTG Pactual, não comentou o assunto, assim como a Ultrapar e a Profarma.
Criada como um veículo para consolidar as compras das redes Mais Econômica, Rosário, Farmais, Sant’Anna e Big Ben, a Brasil Pharma enfrentou problemas de integração, disputas entre acionistas, dívida elevada e aumento da competição.
O processo de desmantelamento Brasil Pharma ganhou força em novembro passado, quando os fundos do BTG Pactual foram atingidos por grandes saques de clientes, na sequência de um escândalo envolvendo o ex-presidente do banco André Esteves, deixando a instituição sem recursos disponíveis para colocar na operadora de rede de farmácias.
O BTG Pactual conseguiu a venda da rede deficitária Mais Econômica para um grupo de investidores locais por US$ 12 milhões alguns meses atrás.
As ações da Brasil Pharma, que acumularam queda de 70% entre 2013 e 2015, dobraram de valor neste ano em meio à especulação sobre a venda de ativos.
A Big Ben, que contribui com aproximadamente 40% da receita anual da Brasil Pharma, tem cerca de 150 lojas no Norte e Nordeste do Brasil, enquanto a Rosário tem cerca de 130 pontos de vendas no Centro-Oeste.