Desde a última edição do Global Consumer Card Fraud, realizado pela ACI, o quadro nacional subiu seis posições e hoje está atrás apenas do México
preciso falar sobre segurança financeira do Brasil: segundo uma pesquisa da ACI, líder global de soluções de pagamentos e serviços bancários eletrônicos, 49% dos brasileiros disseram ter sofrido algum tipo de fraude com cartões nos últimos cinco anos. A análise está no Global Consumer Card Fraud 2016, intitulado “De onde vêm as fraudes com cartões”, realizada em parceria com o Aite Group. Esse número coloca o País na segunda colocação do ranking – atrás apenas do México. Em 2014, quando o último estudo foi feito, o país estava na 8ª posição.
O levantamento questionou mais de seis mil consumidores em 20 países e revelou que as fraudes com os três tipos de cartões (débito, crédito e pré-pago) são crescentes em todo o mundo. Em comparação à pesquisa divulgada em 2014, 14 nações relataram aumento desses casos. México, Brasil e Estados Unidos lideram o ranking, com 56%, 49% e 47% das pessoas afirmando ter sofrido algum tipo de fraude nos últimos cinco anos, respectivamente. As regiões com menores índices são Holanda (14%) e Hungria (9%).
Andreas Suma, vice-presidente da ACI Worldwide, destaca como o estudo corrobora com as preocupações dos consumidores com relação ao meio de pagamento. “Não é surpresa que há uma relação direta entre as fraudes e a baixa confiança do consumidor. E, como os dados ilustram, é mais crítico do que nunca que as instituições financeiras implementem e mantenham ativamente soluções eficazes de prevenção de fraude que atendam às necessidades de segurança e experiência do cliente”, aponta.
Com 2.260 violações de dados confirmadas só em 2015, a segurança continua a ser uma questão essencial dentro da indústria de serviços financeiros e entre os consumidores. Apesar da adoção de soluções de análise de fraude por parte dos bancos e comerciantes, juntamente com o uso massivo do cartão com chip na maioria dos países, as fraudes seguem em crescimento em grande parte do mundo.
Dentre os países participantes da pesquisa, a maioria registrou crescimento desse problema. “Os dados mostram, também, que a educação do consumidor e o atendimento ao cliente continuam como um desafio para as instituições financeiras em nível mundial, já que comportamentos arriscados têm relação direta com o aumento das fraudes”, acredita Ben Knieff, analista sênior de pesquisa do Aite Group.
Suporte falho
O estudo destaca que os consumidores brasileiros são os mais insatisfeitos com o tratamento dos bancos após a experiência de fraude. Entre os entrevistados, 65% das pessoas estão parcialmente ou plenamente satisfeitas com suas instituições bancárias, contra 90% nos Estados Unidos, país com os consumidores mais satisfeitos com o tratamento dos bancos.
Entre os usuários que passaram por fraudes, 18% trocaram de instituição financeira em 2016. Apesar de não confiarem plenamente nos bancos, a maioria (60%) das pessoas acredita que eles têm feito o máximo possível para proteger seus clientes de fraudes.