Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a depressão será a segunda principal causa mundial de afastamento de profissionais no mundo até 2020. No Brasil, estima-se que 5,8% da população tenha a doença. A Previdência Social registrou, em 2016, o afastamento de 75,3 mil trabalhadores por causa de quadros depressivos – 37,8% do total de licenças por distúrbios psíquicos. O País é o quinto no planeta em número de casos.
Fatores externos e internos podem levar a uma depressão no trabalho, que não escolhe nível de cargo ou profissão – embora quem atue com atendimento de pessoas, como enfermeiros e bancários, seja mais propenso.
“A pessoa começa a ter um esgotamento físico e mental. Ela pode até sentir prazer em outras áreas da vida, mas sofre queda de produtividade, insegurança, perda de concentração, cansaço. É o que chamamos [síndrome de] burnout, a depressão no trabalho. E muitas vezes isso é entendido como fraqueza”, explica Wagner Gattaz, diretor do Instituto de Psiquiatria da USP.
Funcionários doentes, que faltam ou não exercem seu potencial pleno, produzem menos. E isso gera prejuízos. Mais precisamente: US$ 246 bilhões (cerca de R$ 800 bilhões) por ano no mundo todo, segundo estudo de 2016 da London School of Economics feito em oito países. O Brasil é o segundo com maior valor em perdas ligadas à depressão no trabalho, com US$ 63,3 bilhões (R$ 206 bilhões), atrás apenas dos EUA, com US$ 84,7 bilhões.
Segundo Mara Beckert, professora da Fundação Getúlio Vargas, consultora e escritora do Blog Mea (Mulheres Executivas em Ação), a questão da depressão já está na pauta do dia de muitas empresas, “mas ainda encontramos as que pararam no tempo da autocracia porque não perceberam a nova dinâmica do mundo corporativo”.
Fonte: Supermercado Moderno