Por Aramis Merki | Presidente do conselho do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, disse que mesmo com o avanço do digital durante o período de isolamento social da covid-19, ainda há muito espaço para a evolução desse canal. “O Brasil tem muito ainda para se digitalizar, perto de outros países”, afirmou.
Ela aponta que a sua empresa já tinha 50% das vendas na via online quando a pandemia pegou o mundo de surpresa. “Em 2013, já trabalhávamos com preço online menor que o da loja. Tivemos que explicar isso para os gerentes e colocar na nossa cultura”, afirmou.
Ela acrescentou que, antes, o cliente no Brasil considerava preço e qualidade. “Agora é preço, qualidade e também velocidade de entrega”, disse.
A executiva afirmou que as lojas físicas, que funcionam como pequenos centros de distribuição, têm que trabalhar na “multicanalidade” (quando os clientes têm vários caminhos para comprar) e não brigar com o digital.
A presidente-executiva do Iguatemi, Cristina Betts, também presente ao painel do evento que discutiu o futuro do varejo, argumentou que a experiência (do cliente) só é completa quando passa pelo presencial. Ela destacou que os shoppings não têm só a função de compra, mas também são locais de encontro.
“No Brasil temos uma cultura de servir bem, isso é traduzido para as lojas. As marcas perceberam isso em todos os segmentos e também estão criando formas de gerar experiência.”
Rafael Sales, presidente-executivo da Allos, que reúne 47 shoppings próprios, diz que os estabelecimentos têm papel essencial no conceito de multicanalidade. Ele cita fatia relevante das pessoas que compram online para retirar no shopping e aproveitar outras lojas e serviços.
Sobre o futuro, os executivos se mostram otimistas. “Estamos vendo, pela primeira vez desde a pandemia, mais apetite de lojistas”, diz Betts. Ela aponta que o reflexo disso será o aumento da eficiência das operações e uma potencial expansão física.
Fonte: Estadão