Um dos grandes festivais mundiais de inovação, SXSW aponta caminhos e mostra soluções para os desafios do mercado brasileiro e global
Por Fabia Pires, sócia-diretora da Varese Retail
Inovação é a palavra de ordem no varejo mundial. Em todo evento do setor e em quase todas as conversas com executivos, em algum momento a conversa passa a girar em como promover a transformação digital e inovar em um ambiente cada vez mais dominado pelo mindset e pelos valores das empresas de tecnologia. E, acredite, a busca por inovação e a complexidade do varejo só irão aumentar.
O resultado é que, cada vez mais, as inspirações e as respostas aos desafios do varejo precisarão ser encontradas fora do ambiente de negócios tradicional. Vamos precisar trazer cada vez mais coisas “de fora da caixa” para gerarmos mudanças na velocidade, intensidade e direção certas. Essa necessidade de “respirar novos ares” para trazer uma visão nova para o varejo é o que nos leva, nesta semana, para Austin, no Texas. É onde, entre os dias 8 e 17, acontece o SXSW, um dos eventos mais inovadores do mundo.
Mais que um evento, o SXSW é um marco cultural. É onde o Twitter foi lançado em 2007, por exemplo, e com frequência traz ideias disruptivas que moldam o comportamento do consumidor e geram consequências inesperadas em toda a sociedade. Não é à toa que, na edição deste ano, marcas como Netflix, HBO, Amazon e Uber desenvolveram experiências imersivas para promover novos produtos e serviços. Com festivais de filmes, música, games e comédia, feiras com expositores de saúde/bem-estar, startups, cinema virtual, programações de arte e uma convenção multitemática que se espalha por vários hotéis, o evento abrange do futuro do mundo do trabalho ao impacto das criptomoedas, passando por Alimentos, Saúde, MedTech, Mídia, Jornalismo, Codificação, Design, Indústria do Entretenimento, Cidades Inteligentes e até mesmo Varejo.
Com tudo isso, é de se esperar que surjam insights e ideias incomuns. Apresentações como “Fashion Hacking for Augmented Identity” (que mostra o que já está sendo pensado para além dos wearables, para que os consumidores usem a tecnologia aplicada ao vestuário como representação de suas identidades e autoexpressão) são um exemplo de como o caldeirão que é a SXSW une referências para levar a ideias que estão longe do dia a dia do varejo brasileiro, mas que poderão ter um impacto muito grande nos próximos anos. Especialmente para quem fechar os olhos para as alternativas que se abrem.
O SXSW não é somente o futuro “ficção científica”. Na grade do evento estão questões como o futuro dos supermercados e do varejo (que vai mostrar como IA e machine learning aumentam a possibilidade de as empresas oferecerem personalização aos seus clientes), tendências em e-commerce, a “beleza conectada” (como o setor tem mudado com o uso de tecnologia e a ascensão de consumidores mais jovens) e a defesa de questões sociais (marcas sem propósito irão morrer, mas o que sua empresa está fazendo a respeito?). Muito do que será visto em Austin pode (e deve) ser aplicado já ao mercado brasileiro.
Nossa missão no SXSW é dupla. De um lado, buscar novas referências, inspirações e insights para olhar o varejo brasileiro e mundial sob uma nova perspectiva. De outro lado, identificar, em cada apresentação, estande e conversa, o que responde aos problemas atuais do mercado. É preciso olhar para a frente, mas fazendo a ponte entre o presente e o futuro.
Acompanhe, na área de notícias do site da SBVC e no perfil no Facebook, o que acontece de mais importante para o varejo brasileiro e mundial durante o SXSW em Austin, no Texas.