Sem a essência inerente às barbearias antigas, os salões retrôs se esforçam para proporcionar experiências pouco convencionais.
Roberto Realli, 41, barbeiro há 17 anos, vai tirar a cadeira extra que tem na Barber Shop Realli, na rua Desembargador do Vale, na Pompeia, e instalar uma chopeira no lugar.
Nessa unidade, com preços um pouco mais altos, Realli é quem faz o atendimento -fazer o cabelo ou a barba custa R$ 70 cada ou R$ 120 pelo pacote com os dois.
Já no salão que mantém a pouco mais de uma quadra, os serviços custam R$ 60 e R$ 110, respectivamente.
Realli se esforça para levar o cliente a mergulhar no que chama de estilo “old school”, com decoração que remete a décadas passadas.
“Barbearia é uma filosofia de vida”, diz ele, que ostenta barba farta e bigode ao estilo do pintor Salvador Dalí.
A rede Garagem aposta menos no retrô e mais na vaidade masculina para crescer.
Fundada em 2001, a rede paulista inaugurou no Brasil o primeiro salão de beleza e estética voltado só para homens com serviços como manicure, limpeza facial, drenagem linfática e pacotes de Dia do Noivo, além de barba (R$ 55) e cabelo (R$90).
Com cinco unidades, a rede se tornou franquia em 2014, com uma loja em Recife. Em 2015, o grupo faturou R$ 3,2 milhões.
Fernanda Dib, 41, a proprietária, afirma que o trabalho com o público masculino tem dificuldades específicas.
“Os homens são mais fiéis aos salões, é difícil conquistar novos clientes”, diz.
Outro ponto é o boca a boca. “Alguns têm vergonha de dizer que frequentam nossos estabelecimentos.”
A rede, que espera crescer 60% em 2016, lançou neste mês um modelo de franquia mais enxuto, só para serviços de barba e cabelo.