Por Redação | A varejista Hiperideal, especializada no atendimento aos consumidores das classes A e B nos bairros nobres de Salvador (BA) e com 25 lojas na região metropolitana da cidade, optou por expandir suas operações internacionalmente este ano, abandonando a ideia inicial de se expandir para São Paulo, devido à forte concorrência local. A escolha recaiu sobre Portugal para implementar sua estratégia de crescimento, considerando a presença significativa de brasileiros no país e a predominância de lojas de vizinhança no varejo português, que contrasta com o modelo “atacarejo” predominante no Brasil.
Inicialmente, a intenção era construir uma nova loja em território português, mas a Hiperideal acabou adquirindo a parte de varejo da M. Cunha, uma empresa local que buscava se desfazer do negócio de supermercados para concentrar-se nas operações de atacado. O valor da transação não foi divulgado, e o sócio fundador do Hiperideal, João Gualberto, descreve a aquisição como um “laboratório” para entender melhor o mercado.
Bandeira Triplo
Este mês, a Hiperideal iniciou suas operações na cidade do Porto com cinco lojas sob a bandeira Triplo, seguindo o modelo de vizinhança, além de uma unidade de cash & carry da M. Cunha em Leiria. Conforme o acordo, a Hiperideal terá permissão para operar com as marcas adquiridas por seis meses. A empresa pretende transformar as lojas adquiridas em Hiperideal e planeja abrir novas unidades em Portugal nos próximos anos.
João Gualberto destaca que o financiamento para a expansão da Hiperideal é principalmente proveniente de recursos próprios, com 25% dos investimentos provenientes de empréstimos bancários. Nos últimos cinco anos, a empresa experimentou um crescimento médio anual de dois dígitos no faturamento, encerrando 2023 com uma receita de R$ 900 milhões. Embora não haja uma orientação formal, a expectativa é alcançar a marca de R$ 1 bilhão em 2024.
No Brasil
No mercado brasileiro, a Hiperideal abriu três lojas no ano passado, incluindo duas em locais anteriormente ocupados pelo Big, do Carrefour. Duas novas unidades estão programadas para inauguração em 2024, com destaque para uma no interior da Bahia. Todas seguem o modelo de mercado de vizinhança, com áreas de venda entre 700 e 1.500 m². João Gualberto destaca a saturação em Salvador e a estratégia de competir consigo mesma para otimizar o desempenho das lojas nos bairros de maior poder aquisitivo da capital baiana. Ele argumenta que, embora a abertura de novas lojas impacte as vendas das unidades próximas, é uma estratégia mais eficiente do que enfrentar a concorrência externa. Esse enfoque estratégico remonta aos anos 1990, quando Gualberto, então dono do Peti Preço, viu seu negócio crescer ao ocupar espaços deixados por concorrentes.
Fonte: Super Hiper