De um botequim nascido em 1983, o Bar Hamas, de venda de pinga e de banana, em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, os sócios Jovino Campos e Paulo Roberto Lopes transformaram o Bahamas na 22ª maior rede do Brasil, de acordo com o ranking 2015 da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e quarta maior rede de Minas Gerais. Agora, o Grupo Bahamas ambiciona galgar mais alguns degraus na lista e figurar entre os 20 maiores do país.
Com 39 lojas – sendo 29 de varejo e dez de atacado –, a rede inicia o ano com obras para abrir mais seis unidades do Bahamas Mix, o segmento de atacarejo da companhia. A capilaridade vai acontecer nas seguintes cidades: Viçosa, São João del Rei e Uberaba (que receberão uma segunda loja); Juiz de Fora (que terá mais duas unidades); e Uberlândia (com a terceira loja da bandeira).
A expansão e as reformas em outras unidades estão demandando um investimento de R$ 100 milhões do grupo familiar. “Enquanto a concorrência pisou no freio, nós aceleramos. Não mudamos nenhum projeto. A palavra “crise” está proibida no nosso vocabulário há três anos”, conta, animado, o gerente de marketing, Nélson Júnior, que reuniu no início do mês cerca de mil pessoas durante o encontro anual de negócios e projetos da empresa.
Contratações e ambições. Com 6.750 colaboradores, a expansão do Bahamas vai criar 400 novos postos de trabalho para o primeiro semestre e outras 400 vagas para o segundo semestre, num total de 800 vagas, de acordo com o gerente de marketing.
Com um faturamento registrado no ano passado de R$ 2,027 bilhões, a segunda grande ambição da empresa é chegar a 50 lojas no Estado, o que deve acontecer em 2018. “Gastamos 30 anos para vender o primeiro bilhão ao ano. Aí, gastamos três anos para vender o segundo bilhão, que foi no ano passado, quando completamos 33 anos. Agora, a diretoria nos propõe um grande desafio que é em 2017 chegar a R$ 2,5 bilhões de faturamento. Esse é o nosso grande desafio”, diz Nélson Júnior. Ele tem uma verba de 1% sobre o valor da venda para o marketing da rede em projetos e ações sociais.
Para o executivo, há 24 anos na empresa, o grupo quer crescer 25% no faturamento. “Achamos que é possível com a abertura das novas lojas e com a retomada da economia”, acredita.
Foco e estratégia
O foco do grupo, segundo Júnior, é o interior do Estado. “A prioridade é a Zona da Mata e Campo das Vertentes, onde já estamos, além do Triângulo Mineiro. Há a possibilidade investir na região do Alto Paranaíba e, num terceiro momento, de irmos para o Sul de Minas, o que ainda está em estudos”, informa.
De acordo com Júnior, o Grupo Bahamas – que além dos supermercados possui o cartão de loja Bahamas – nasceu em Juiz de Fora como botequim, evoluiu para uma pequena mercearia, expandiu para outro bairro de Juiz de Fora e cresceu pela Zona da Mata. “Há quatro anos, fomos para o Triângulo Mineiro”, informa Júnior, diante dos 71.404 m² de área de vendas e 622 check-outs.
Alcance
“Quando iniciamos nossa empresa há 34 anos, não havia a ambição de alcançar vôos tão altos. Estamos entre as maiores redes de supermercados de nosso país. Fomos muito longe, se for considerado o projeto inicial. Este crescimento deu ao Grupo Bahamas status de grande empresa.”
Atacarejo é o que mais cresce
Segundo Jovino Campos, diretor comercial e um dos fundadores do Grupo Bahamas, a opção pela bandeira Bahamas Mix – em que a empresa desenvolve o modelo de atacarejo – para a abertura das novas lojas é em função do formato de vendas no atacado e no varejo ser o que mais cresce no país e na própria rede. “Além disso, esse formato permite experiências que foram desenvolvidas pelo grupo, como vendas ‘a partir de’, com descontos progressivos. Esse formato é vantajoso para todos os clientes, para compras em unidades até grandes volumes”, diz o diretor, em comunicado.
Participação
A bandeira Bahamas Mix já atinge quase 35% de participação nas vendas do grupo. São dez lojas, sendo oito na Zona da Mata e duas em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. A previsão é que, até o fim de 2017, essa participação corresponda a quase 50%. “Ao lado do meu sócio Paulo Roberto Lopes e de cerca de 7.000 colaboradores diretos e centenas de indiretos, vamos continuar crescendo e cumprindo nossa função social: ser uma das grandes empresas deste país”, diz Campos.
Fonte: O Tempo