Após anos queimando bilhões de reais e sem perspectiva de melhora, a dona dos sites Submarino, Americanas.com e Shoptime começou a convencer investidores que pode arrumar a casa.
Analistas do BB Investimentos esperam que a companhia apresente um prejuízo de 72 milhões de reais no terceiro trimestre, metade dos 145 milhões de reais do mesmo período do ano passado. As mercadorias vendidas (medidas pela sigla em inglês GMV) devem ter uma alta de 15,3%, para 3,5 bilhões de reais.
A reputação da empresa começou a mudar após o balanço do segundo trimestre. Desde a sua divulgação, em meados de agosto, as ações da B2W subiram 65,8% – um ganho de 3,8 bilhões de reais em seu valor de mercado.
O motivo: a empresa queimou “apenas” 348 milhões de reais de abril a junho, ante o 1 bilhão de reais do primeiro trimestre e de 606 milhões de reais no mesmo período do ano passado.
A queima de caixa chegou a um auge de 3 milhões de reais por minuto em 2016. A (grande) mudança acontece após a empresa deixar de vender algumas categorias de produtos, como móveis e brinquedos.
Ao invés de lutar com outros varejistas pelas apertadas margens desses produtos, a B2W deixou a venda nas mãos de parte dos 6.000 lojistas que integram seu marketplace, oferecendo para eles serviço de armazenagem e logística. A B2W agora concentra seus esforços na venda de produtos como smartphones e Tvs.
No segundo trimestre, 30% de todas as vendas foram realizadas por marketplace e a empresa espera que o percentual chegue a 50% em 2018.
Um empecilho na estratégia é a ampliação da Amazon no mercado nacional. Há duas semanas a varejista americana iniciou a venda de eletrônicos no país, por meio de seu marketplace, o que deve ser apenas uma de muitas expansões da empresa no país. As ações da B2W acumulam perdas de 13,5% desde que os rumores de que a Amazon expandiria suas operações no Brasil começou, em 11 de outubro.
A concorrência também parece ir muito bem. Na noite de ontem a Magazine Luiza anunciou um crescimento de 54,6% nas suas vendas no e-commerce, superando as expectativas dos analistas de crescimento de 30%.
A companhia acumula alta de mais de 500% na bolsa em 2017. Nos números desta quarta-feira, a B2W precisa mostrar que não está ficando para trás e que suas perdas têm jeito.
Fonte: Exame