O Grupo Avenida, dono das redes Lojas Avenida, de moda, e Giovana, de calçados, planeja acelerar a expansão de lojas e de receita, tornando o negócio mais atrativo para uma abertura de capital até 2020. A varejista, controlada pelo fundo Kinea, do Itaú Unibanco, também pretende captar R$ 90 milhões com a criação de um fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) para financiar parte dos projetos.
No alvo da expansão está a Lojas Avenida, conhecida como a “C&A do Centro-Oeste” e que opera com 102 lojas em 13 Estados. A companhia também possui 10 lojas Giovana, que não será expandida no momento.
Rodrigo Caseli, presidente do Grupo Avenida, prevê abrir 50 unidades em três anos, sendo 10 neste ano. O investimento projetado é de aproximadamente R$ 20 milhões em recursos próprios. Para 2020 e 2021, o plano é abrir mais 20 unidades em cada ano. As unidades serão abertas nos Estados do Pará, Amazonas, Goiás, Mato Grosso, Maranhão e no Distrito Federal.
Caseli disse que a empresa vai usar recursos do caixa e captar R$ 90 milhões com o FDIC. “Esse vai ser um bom exercício para nós antes de abrir o capital”, afirmou. Nos próximos 70 dias serão feitas apresentações sobre a proposta do FDIC a possíveis investidores. O executivo também negocia um financiamento com o Banco da Amazônia (Basa) para a abertura de lojas no Nordeste.
A abertura de lojas físicas ficará concentrada nas regiões CentroOeste e Norte, enquanto a varejista testa a aceitação da marca no Sudeste e no Sul do país, por meio do comércio eletrônico. O site de vendas entrou no ar nesta semana. “O intuito é mostrar mais a marca, principalmente no Sudeste e Sul, que concentram o mercado de consumo on-line”, disse Caseli.
O projeto do comércio eletrônico levou dez meses para ser implantado e envolveu investimento de aproximadamente R$ 500 mil. A Tatix Full Commerce e a Vtex foram contratadas para o desenvolvimento e a gestão do site. A Lojas Avenida usa o centro de distribuição da Tatix, em Embu das Artes (SP), para manter o estoque de produtos do comércio eletrônico.
Inicialmente, as vendas pelo site só serão entregues pelos Correios. O plano é, em 12 meses, integrar o comércio eletrônico e as lojas físicas, permitindo, por exemplo, a retirada nas lojas de produtos adquiridos on-line.
A estimativa é que as vendas on-line atingirão pelo menos R$ 7 milhões no primeiro ano de operação. Caseli disse que está conversando com parceiros para incluir a Lojas Avenida em marketplaces, que funcionam como shoppings virtuais.
A companhia precisa ganhar musculatura antes da abertura de capital, afirmou Caseli. O Grupo Avenida ainda não publicou o balanço de 2018. Segundo o executivo, a receita bruta do grupo aumentou 6% no ano passado, para R$ 750 milhões. O resultado ficou abaixo da previsão feita no início do ano, de R$ 820 milhões. “A greve dos caminhoneiros e a crise nos Estados de Mato Grosso, Goiás, Rondônia e Mato Grosso do Sul provocaram uma piora no nosso desempenho”, afirmou.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) aumentou 7%, para R$ 96 milhões. A expectativa inicial era de atingir R$ 110 milhões. O executivo não deu informações sobre lucro. Em 2017, a companhia obteve lucro líquido de R$ 13,6 milhões.
Para 2019, Caseli prevê elevar a receita em 20%, para R$ 900 milhões, com aumento de 25% no Ebitda, para R$ 120 milhões. “Acredito que 2019 será melhor. Passando no Congresso a reforma da previdência, acredito que mais investidores estrangeiros vão aportar investimentos no Brasil”, disse.
Na avaliação de Caseli, o Grupo Avenida pode fazer uma boa abertura de capital se alcançar Ebitda anual entre R$ 150 milhões e R$ 180 milhões.
O executivo disse que o plano de abrir capital não se deve ao interesse do Kinea em sair do negócio. “A sociedade vai muito bem e o Kinea não anunciou interesse em vender sua participação. Mas o fundo já está conosco há cinco anos. E se decidir sair, a melhor forma seria com a abertura de capital.”
Fonte: Valor Econômico