A rede varejista de autopeças Autozone está acelerando a expansão no Brasil. A empresa americana, que chegou ao país em 2012, deverá abrir mais 30 lojas de 2019 a 2020, dentre elas megalojas que funcionarão como centro de distribuição. A meta é, segundo o presidente para o Brasil, Mauricio Braz, ter uma rede de 60 lojas ao fim do próximo ano. Em 2018, a empresa operava no país 29 unidades.
“O Brasil é o terceiro país em que a companhia atua. Ao todo são 6 mil lojas, 5,4 mil somente nos Estados Unidos e o restante dividido entre o México e o mercado brasileiro”, disse ao Valor, Braz, acrescentando que até o fim deste ano a Autozone terá em operação 40 unidades.
Segundo o executivo, para cada empreendimento a companhia investe US$ 1,5 milhão somente com a construção e formação de estoque. A compra do terreno não entra nessa conta, de acordo com Braz. “O investimento é todo da matriz. Ainda não temos musculatura financeira para fazer esses aportes. Não trabalhamos com sistema de franquias.”
As lojas, segundo o executivo, seguem os mesmos padrões dos Estados Unidos, que é o de “farmácia”, onde o cliente tem autonomia na hora de comprar o produto. “As lojas são divididas em duas áreas: uma de self service e outra que precisa de ajuda de consultores. Como em farmácias. No nosso caso, itens mais específicos, que demandam de uma consultoria mais especializada, ficam mais ao fundo da loja.”
Cada estabelecimento é construído em média com 2 mil metros quadrados, sendo 700 metros quadrados para a loja e o restante para o estacionamento. “Já temos parceira com outros supermercados e inauguramos uma loja no estacionamento. Estamos negociando com uma rede de farmácias para abrir uma operação.”
A Autozone tem, em média, para venda 22 mil itens em cada loja, entre acessórios e autopeças. Para abastecer toda a operação a empresa mantém um centro de distribuição de peças em Paulínia, no interior de São Paulo. Hoje, segundo o executivo, o estoque administrado pode abastecer cinco lojas. “Negociamos diretamente com os fornecedores de peças e acessórios. Somos os nossos distribuidores.”
Braz contou ainda que o plano das mega lojas, chamadas de hub nos Estados Unidos, terão produtos de giro menor e a estratégia é operar perto de empreendimentos menores e ser centros de distribuição. “Nos EUA, nessas lojas há itens como motores, por exemplo. O CD de Paulínia operará com produtos com maior giro”, disse Braz.
A estratégia da Autozone é se fortalecer no Estado de São Paulo, que segundo ele, detém 33% da frota brasileira. “Depois, podemos pensar em outros mercados.” A companhia, no entanto, vai na contramão de um dos seus grandes concorrentes, a Fortbras, do fundo de investimentos Advent. A Fortbras reúne 12 empresas regionais e, recentemente comprou a mineira BHZ. Braz explica que o crescimento da Autozone será orgânico e não por meio de aquisições.
No Brasil, a Autozone emprega 500 funcionários e com a expansão deve contratar mais 300 pessoas. O faturamento mundial em 2017 foi de US$ 11,2 bilhões.
Fonte: Valor Econômico