“Voltem a buscar empregos”, aconselha Nilson Pereira, CEO do ManpowerGroup no Brasil, empresa líder mundial em contratação de pessoas, aos profissionais brasileiros para o próximo trimestre. “Muita gente desistiu ou está procurando em atividade em que não tem experiência, tentando uma recolocação puramente por questão financeira. Este pode ser o momento de voltar para suas carreiras e entender o perfil desejado”, diz Nilson Pereira.
A dica tem base estatística. De acordo com os resultados da pesquisa trimestral (ManpowerGroup Employment Outlook Survey) de empregabilidade com 850 empregadores as intenções de contratações melhoraram.
Pela primeira vez em dois anos, mais gente (12%) pretende aumentar o número de funcionários do que reduzir o ritmo de contratações (11%). “Doze por cento ainda é pouco, mas o dado mais positivo é que só 11% vão diminuir o que significa que a fase de redução de custos e demissões está passando”, afirma o presidente do ManpowerGroup.
Ele destaca que, apesar de a maioria sinalizar cautela, oportunidades profissionais de substituição sempre existem e em algum momento novas vagas vão surgir. “Não significa que não estão contratando”, diz.
Profissionais que conseguirem demonstrar que estão conectados com a tecnologia, que são flexíveis e que têm boa capacidade de aprendizado, segundo Pereira, são os mais procurados pelas empresas neste momento. “Porque terão fácil adaptação à cultura da empresa e estão mais preparados para lidar com instabilidade”, afirma.
Os setores e regiões com mais empregabilidade
A cadeia produtiva ligada ao agronegócio lidera o ranking de setores mais promissores para emprego. As perspectivas mais fortes são relatadas no setor de agricultura, pesca & mineração, com projeções de 24%. Essa estimativa é o valor resultante da diferença entre a porcentagem dos empregadores que vão contratar e a porcentagem que espera uma diminuição na força de trabalho para o próximo trimestre. Variações sazonais são removidas.
“A indústria dá sinais de recuperação”, diz Pereira. Isso porque uma boa notícia, ainda que mais modesta, vem do setor industrial com 5% de índice de contratação, seguido pelos setores de administração pública e educação e comércio atacadista & varejista, com 3%.
Em relação aos estados, Pereira destaca São Paulo e Paraná como os mais positivos, por conta da forte presença do agronegócio. Já o estado do Rio de Janeiro é o pior, com projeção de diminuição dos postos de trabalho para os próximos três meses.
A pesquisa revela também que o otimismo para o próximo trimestre é maior nas grandes empresas, com índice de contratação de 10%. “O grande empresário está otimista e são as grandes que puxam a economia”, diz o presidente do ManpowerGroup.
Fonte: Supermercado Moderno