As fusões e aquisições de empresas do setor de varejo se tornaram mais comuns no ano passado em relação aos dois anteriores, segundo dados da KPMG. Foram 27 em 2016, contra uma média de 18,5 nos anos de 2015 e 2014.
O aumento é positivo, pois indica que há um número crescente de companhias que colocaram em andamento planos de longo prazo, diz Luis Augusto Motta, diretor de finanças da consultoria.
A alta pode representar um represamento de transações que se arrastaram nos anos anteriores, afirma. “Aquisições que haviam sido postergadas e cujas negociações demoraram para acontecer finalmente deslancharam.”
O prolongamento da crise fez com que as expectativas de preços de vendedores e compradores convergissem.
“Em um primeiro momento de queda de PIB, os vendedores ainda queriam receber valores semelhantes ao da época em que a economia ia bem. Depois de um tempo, eles vendem, pois precisam.”
Essa é uma solução que empresas em recuperação judicial buscam com frequência, afirma Fábio Pina, da FecomercioSP. “Negócios nessa situação precisam dar uma resposta para a crise deles, e muitas vezes é a venda.”
Com a chance de retomada econômica em 2017, deve rá haver um novo aumento de operações, pois os ativos ainda estão com preços menores, diz ele.
Os setores com mais transações no ano passado foram os de drogarias e vestuário.