Sandeep Mathrani, CEO da operadora de shoppings norte-americana General Growth Properties, estava em Dubai quando viu algo que o surpreendeu: uma cidade indoor apenas para crianças.
No meio do gigantesco Dubai Mall ele encontrou um centro de atividades cheio de restaurantes, padarias, hospitais e delegacias de polícia tamanho infantil. As crianças operavam sua própria cidade interpretando papéis — completamente, inclusive com moeda –, sem os pais por perto.
Mathrani adotou o conceito, chamado KidZania, e agora está trabalhando com a companhia para introduzi-lo nos EUA. A E2W, dona da licença americana do KidZania, planeja abrir os primeiros centros de atividades nas propriedades da GGP em Dallas e Chicago nos próximos dois anos, marcando a estreia americana de um negócio estabelecido em 24 cidades no exterior.
Em um momento em que enfrentam centenas de fechamentos de lojas, os shoppings dos EUA estão procurando preencher os espaços com inquilinos mais diversos — desde centros de emergência e supermercados até academias de escalada. O KidZania pode absorver metros quadrados desocupados pelas lojas de departamento e tem o bônus de ser imune ao comércio eletrônico.
“O país tem um excesso de lojas de varejo”, disse Mathrani em entrevista. “A maior vantagem que podemos ter é recapturar lojas de departamentos e dar uma nova finalidade a elas.”
Aquisição de lojas
A GGP, que tem 126 centros de varejo em 40 estados, passou à ofensiva ao converter lojas de departamentos em outras instalações. Em vez de simplesmente esperar que as lojas ficassem vagas, comprou contratos de aluguel e propriedades físicas de redes como Macy’s, Sears Holdings e J.C. Penney. A empresa recuperou mais de 100 lojas nos últimos cinco anos, disse Mathrani.
O negócio KidZania, fundado em 1999 pelo empreendedor mexicano Xavier López Ancona, exige muito espaço para operar: 5.600 metros quadrados, com tetos de nove metros de altura. Os centros de atividade são mais adequados para áreas suburbanas com famílias e escolas, disse Keith Rubenstein, que administra a recém-criada divisão americana do KidZania.
Cada “cidade” KidZania permite que crianças de 4 a 14 anos interpretem papéis em mais de 100 ocupações e profissões, como médico, repórter e motorista de caminhão. Os centros vêm com edifícios, ruas pavimentadas, carros e sua própria moeda, chamada “kidZos”. Para tornar a experiência ainda mais autêntica, monumentos e empresas locais são patrocinados por empresas. As crianças podem voar em um avião da British Airways, por exemplo, ou operar uma loja H&M.
Os pais podem deixar os filhos para uma sessão, que dura cerca de quatro a cinco horas, ou ficar assistindo em um deck que permite ver tudo de cima. Cada sessão normalmente custa US$ 30 a US$ 50 por criança, dependendo do local. O KidZania tem estabelecimentos em cidades como Tóquio e Londres e cada um deles atrai cerca de meio milhão de visitantes por ano, afirma a companhia.
Fonte: UOL Economia